
O escritor e ex-secretário de Cultura de Teresina, Lázaro do Piauí, lamentou nesta terça-feira (12) a morte do poeta William Melo Soares, encontrado sem vida no sábado (09), em sua residência, localizada no Centro da capital.
Em um tributo repleto de afeto e memórias da juventude, Lázaro exaltou a sensibilidade poética e o legado de William, a quem chamava carinhosamente de "poetinha". “Um momento de tristeza pela partida do nosso poetinha William Soares, que nos deixou versos lindos como esse: ‘Caso você siga lua acima, rio abaixo, no movimento das barcas, me envolva em um abraço, só não toque no meu manto de solidão e cansaço’”, disse Lázaro.
Conhecidos desde a adolescência, os dois cresceram como vizinhos na Rua Pires de Castro, antiga 16 de 90, cenário de encontros, música e poesia. “Enquanto nós ficávamos tocando violão ali na calçada, ele passava com seus caderninhos do outro lado da rua e dizia: ‘Olá, turma, deixa eu ir ali fazer uns versos’, e fez versos lindos”, relembrou.
Em 2015, William lançou a coletânea Nadança dos Peixes, obra que consolidou sua voz como uma das mais autênticas da literatura piauiense. Lázaro destacou ainda o papel único de William como cantor da alma de Teresina. “Nenhum poeta cantou tanto Teresina como o poetinha”, afirmou.
Lázaro encerrou sua homenagem com uma reflexão poética e espiritual: “O seu manto de solidão e de cansaço? Agora foi trocado. Porque a solidão ele não tem mais, ele está com Deus, e o cansaço também não tem, porque descansa nos braços de nosso Senhor. Segue em paz, poetinha, que Deus o receba bem.”
A causa da morte ainda não foi informada oficialmente. O falecimento de William Soares gerou comoção entre escritores, leitores e amigos. Sua poesia, simples e profundamente sensível, permanece viva na memória da cidade.