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Fotógrafo Jorge Bastos fala do incidente em Parnaíba e diz que não agrediu mulher

Jorge enviou texto ao portal Piauí Hoje.Com com relato do episódio. Ele se diz vítima de calúnias

Da Redação

Quinta - 20/06/2024 às 00:35



Foto: Arquivo do Piauí Hoje O repórter fotográfico Jorge Bastos
O repórter fotográfico Jorge Bastos

O repórter fotográfico Jorge Henrique do Nascimento Bastos, o "Jorjão", resolveu falar pela primeira vez sobre o incidente em que se envolveu no sábado passado (15.06), em Parnaíba, durante cobertura da visita do governador Rafael Fonteles àquela cidade. Jorge foi acusaso de agredir uma estudante de jornalismo que atua como videomaker de uma agência de publicidade de Teresina.

Em texto enviado ao portal PiauiHoje.Com com pedido de publicação, o repórter disse que não agrediu ninguém e que apenas se defendeu de ataques de unhas e mordida. "Eu nunca agredi uma mulher", disse. 

Jorge garante que a situação criada por notícias publicadas sem ouvi-lo o deixou abalado emocionalmente porque o transformou em "agressor de mulheres", o que garante não ser e nunca ter sido.

O jornalista se sente como principal vítima do incidente porque não foi ouvido, não teve como se defender e ainda por cima foi exonerado da função de fotógrafo oficial do gabinete do governador, onde prestava seus serviços em cargo comissionado há vários anos.

A seguir, o texto enviado por Jorge Bastos ao portal PiauíHoje.Com.

"Não sou e nunca fui agressor de mulher

Tenho sido alvo de ataques em notícias desproporcionais ao indicente em que me envolvi em Parnaíba na sexta-feira passada (14). Eu não agredi uma mulher. E em nenhum momento fui ouvido para expressar minha versão sobre o caso, como manda a ética jornalística. Mas sobre isso trato depois.

A verdade é que houve um empurra-empurra entres profissionais da imagem em busca do melhor ângulo, como ocorre em toda cobertura jornalística envolvendo autoridades e outras pessoas famosas. Nessas ocasiões sempre se forma um batalhão de fotógrafos, jornalistas e até de quem nada tem a ver com a profissão. E os esbarrões são comuns.

O empurra-empurra de sexta-feira (14.06) acabou gerando confusão e até reações anormais. Me penitencio se tiver provocado o episódio e peço cinseras desculpas a quem possa ter se sentido agredido ou agredida. A violência não faz parte da formação e nem do meu dia-a-dia. 

Para contextualizar o episódio do qual também fui vítima e ao mesmo tempo o principal prejudicado, é preciso que todos saibam o quanto é estressante acompanhar pessoas públicas famosas com a responsabilidade de buscar a melhor imagem. Quem é repórter como eu sabe disso. E naquele dia não foi diferente.

Claro que o incidente e seu desproporcional desdobramento me deixou sem condições  emocionais favoráveis para me manifestar sobre o fato real e o que foi noticiado. No entanto, em defesa da minha dignidade não posso deixar que me transformem num agressor de mulheres, porque não sou e nunca fui.

Quero destacar que, até agora, quase 100% das publicações relativas ao que se passou em Parnaíba têm me colocado como um “agressor de mulheres” e outros adjetivos bem pejorativos sem que minha versão tenha sido ouvida. Em nenhum momento foi levado em consideração que pode ter havido uma reação ou agressão mútua.

Por cauda desse turbilhão de narrativas e comentários agressivos resolvi me posicionar. Ouvi amigos e busquei um intervalo de tranquilidade para tentar sarar um pouco as feridas da alma que as matérias jornalísticas fizeram questão de tirá-la de mim, tratando-me como um delinquente, que quem me conhece sabe que não sou.

Sou um cara da paz e da amizade. Sou casado e muito bem casado. Jamais me envolvi em qualquer tipo de episódio de violência contra mulher, incluindo desavenças domésticas. Minha esposa é a melhor testemunha e tem me dado muita força nestes dias aflitivos em que até meu emprego perdi.

Fui exonerado sem sequer ser ouvido. Mas não cabe a mim julgar a medida, visto que minha atividade era comissionada e sempre me pautei em prestar o melhor serviço ao meu chefe sem causar transtornos à imagem dele, uma pessoa por quem muito tenho apreço. 

Afirmo e reafirmo que, em mais de dez anos como fotógrafo oficial, nunca machuquei ninguém em gesto de violência. Pela minha função, apenas procuro me posicionar à frente do governador para obter a melhor imagem. O incidente de Parnaíba não é regra no meu trabalho e deve ser melhor esclarecido pelas autoridades policiais.

Apesar dos pesares, registrei Boletim de Ocorrência - BO, e fiz exame de corpo de delito para clarear as informações distorcidas contra minha pessoa. No BO, que coloco à disposição de quem intressar, tem a informação detalhada e no laudo do IML consta o que apresenta minha versão. 

Não estou fugindo à minha responsabilidade e assumo meus erros, caso os tenha cometido. Não sei quem é a moça que teria se sentido agredida no incidente de Parnaíba. Nenhuma matéria publicada teve sequer o cuidado de identificar a "vítima" até para que eu possa me desculpar, caso ela queira e ache necessário.

Na minha visão, o incidente pode ter sido gerado porque ela não sabia que eu era o fotógrafo oficial do gabinete e tentou, por diversas vezes, ocupar o meu espaço, algo que considero normal, porque faz parte do trabalho dela, assim como o meu, a busca do melhor ângulo para fotografar. 

É bom que se saiba que sou um cara pesado. Tenho quase 120 quilos e num momento do grande empurra-empurra é difícil evitar um atropelo que pode se tornar mais intenso em razão do meu peso.

E foi nesse ambiente de empurrar-empurra que pode ter havido esbarrões. Mas só notei o  exagero porque ela reagiu com as unhas (está no laudo do IML) e me puxando. Em dado momento me deu uma cotovelada. Foi nesse instante que eu a afastei de mim com o braço direito, no qual estava a câmera. Ela então segurou e mordeu meu braço com força, gerando a reação natural de quem está sentindo o dor. Foi então que usei meu braço esquerdo e a puxei pelo cabelo para me livrar da mordida.

Tenho certeza que minha reação foi institiva. Quando soltei meu braço, fui empurrado por pessoas que estavam ao meu lado. É possível que, neste instante, a câmera tenha atingido o rosto dela. Mas não foi intencional. Eu jamais utilizaria meu instrumento de trabalho para agredir alguém.

Após o episódio eu procurei a produção do evento para que fossem tomadas providências para esclarecer o caso, fato que também mereceu distorção nas notícias. A atitude foi narrada como se eu a estivesse perseguindo. Várias pessoas, incluindo autoridades, testemunharam o que narro, angustiado, nesse texto, no qual tento resgatar um pouco de minha humanidade, subtraída pelo que se noticiou.

Atenciosamente
Jorge Bastos"

Fonte: Jorge Bastos

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