
Os estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) que moram na Residência Universitária denunciaram, nesta quarta-feira (1º), que ficaram sem internet após o gerador da Universidade não conseguir alimentar os sistemas, em meio a um desligamento de energia programado.
Os estudantes afirmam que essa não foi a primeira vez que isso aconteceu. Em publicação nas redes sociais, o Diretório Central de Estudantes da Universidade (DCE-UFPI) escreveu que a excelência acadêmica é um dos pré-requisitos de acesso ao benefício da Residência Universitária e que as faltas de energia e o sucateamento do programa dificultam ainda mais a permanência dos alunos.
"O descaso com a Residência Estudantil Universitária (REU) é enorme e persiste desde o retorno pós-pandemia. [...] Problemas que poderiam ter sido resolvidos há muito tempo resultam agora no custo pago pelos alunos. É irônico o fato de que, para permanecer no benefício, é necessário manter um desempenho acadêmico, apesar da falta de energia e internet, alimentação insuficiente, falta de manutenção regular e muito mais", escreveu um usuário, na publicação do DCE.
Paula Barcelos, moradora da Residência Universitária, afirma que o descaso com a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) afeta diretamente os estudantes que moram na UFPI.
"É importante dizer que estamos do lado da STI, nós sabemos muito bem que a UFPI não está cuidando da STI da forma que deveria e isso afeta diretamente a Residência Universitária. Nós somos residentes universitários e deveríamos ser uma das prioridades da Universidade, e nós sabemos que não é isso que acontece", declara.
Os servidores da STI divulgaram carta aberta à comunidade no dia 26 de abril denunciando o abandono da Superintendência e anunciando a paralisação de suas atividades. Apesar de ser um serviço fundamental para o funcionamento da instituição, os servidores alegam que os investimentos no setor só têm diminuído, enquanto as demandas só aumentam.
Na carta, os servidores afirmam vários contratos de equipamentos e serviços chegaram ao fim, nos últimos anos, sem que novas contratações fossem feitas ou mesmo planejadas, mesmo diante dos esforços das coordenadorias em comunicar antecipadamente a necessidade e urgência de cada demanda.
O documento também cita o caso das falhas do serviço de Wi-fi, que se tornaram públicas quando a rede parou de funcionar por quase uma semana. Além disso, os servidores afirmam a infraestrutura elétrica do prédio onde funciona a Superintendência é antiga e só no período dos últimos doze meses foram três panes elétricas, que desligaram toda a energia da STI. Em um dos casos, os fios elétricos estavam submersos em água, o que resultou em curto-circuito além de superaquecimento e o risco de incêndio. A fumaça se acumulava nos dutos e caixas de passagem da fiação, colocando em risco quem passava por perto.
Outros problemas citados pelos estudantes são infiltração nos prédios da Residência e salas de estudo com ar condicionados sem funcionar.