Dez ministros deixam o cargo hoje, mas o número pode subir para 11 se o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, decidir concorrer ao Senado pelo PMDB de Goiás. Meirelles pediu mais 24 horas para pensar. Segundo o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) saem do governo de olho nas eleições: Dilma Rousseff (Casa Civil), Hélio Costa (Comunicações), Alfredo Nascimento (Transportes), Edson dos Santos (Igualdade Racial), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Edson Lobão (Minas e Energia), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), José Pimentel (Previdência Social), Carlos Minc (Meio Ambiente) e Reinholds Stephanes (Agricultura).Lula também pretende aumentar o número de mulheres em sua equipe, apesar da saída de Dilma. A presidenciável será substituída por Erenice Guerra, que terá uma função mais técnica na Casa Civil. A administração do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), antes o principal palanque de Dilma, ficará a cargo de Mirian Belchior, secretária executiva do programa na Casa Civil.A outra mulher que assumirá cargo no ministério é Izabella Teixeira, secretária executiva do Ministério do Meio Ambiente. Diferentemente de Márcia e Erenice, Izabella não é filiada ao PT. O partido chegou a fazer carga contra ela, alegando que foi até auxiliar de Fernando Henrique Cardoso. Mas Lula não ouviu as queixas dos petistas e preferiu optar por Izabella, que contou com a defesa de Minc, titular da pasta.Ao pedir "mais 24 horas para pensar" sobre sua permanência no cargo, Meirelles, deixou clara a existência de uma dúvida sobre qual o melhor caminho a seguir. Segundo uma alta fonte do governo, como o presidente do BC não conseguiu construir um caminho político claro, ele está hesitante sobre qual decisão deverá tomar. "A opção de deixar o cargo e tentar uma candidatura é uma decisão no escuro. Como o Meirelles não conseguiu construir uma certeza sobre o futuro político, ele está com dificuldade de tomar uma decisão", disse a fonte.Esse integrante do governo comparou a situação do presidente do BC à do ministro Patrus Ananias, que deixa o governo para disputar as eleições sem ainda saber a qual cargo. Há bem mais tempo na política tradicional do que Meirelles, Patrus resolveu dar o chamado "salto no escuro", mesmo correndo o risco de não atingir seu objetivo: ser o candidato ao governo de Minas Gerais pela base aliada.Patrus vai disputar com o ex-prefeito Fernando Pimentel. Vale lembrar que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, também pleiteia a candidatura ao governo mineiro e contaria, nos bastidores, com a preferência do presidente Lula. Patrus será substituído por Márcia Lopes, irmã do chefe de gabinete do presidente Lula, que já foi secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Social. "É claro que aquilo que a gente deseja e trabalha nem sempre acontece. E, se não acontece, a gente busca novos cenários", afirmou Patrus, sem adiantar quais são os novos cenários.Ao escolher o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi, para ocupar o cargo de ministro da Agricultura, Lula fez uma opção política e mais um agrado ao PMDB, na busca de uma forte aliança para sustentar a candidatura de Dilma à Presidência. O nome de Rossi foi bancado pelo presidente do PMDB e da Câmara, Michel Temer (SP), provável candidato a vice na chapa de Dilma.
Fonte: Estadao
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