
O vulcão entrou em erupção no último sábado. Harmonny disse, por telefone, que a energia elétrica retornou somente no início da tarde de ontem à cidade, onde há pouca presença de brasileiros.
O setor de turismo espera maior presença dos viajantes a partir de julho, quando começa a temporada oficial de neve na região da Patagônia argentina. “Nós chegamos aqui no dia 1º e voltaríamos no dia 9, mas a (companhia aérea) Aerolíneas Argentinas nos avisou que não haverá voos pelo menos até domingo”, disse Harmonny.
Segundo ela, moradores da cidade disseram que a última nuvem de cinzas como esta demorou mais de um mês para ser dissipada, quando o mesmo complexo vulcânico entrou em erupção, em 1960.
Cinzas no lugar da neve.
Harmonny disse que ela e o namorado chegaram com a expectativa de ver neve, mas que acabaram vendo apenas as cinzas do vulcão acumuladas nas ruas e tetos das casas e hotéis. “A nossa impressão aqui é que parece que houve uma ressaca, como aquelas do mar de Copacabana, e a areia invadiu tudo. Só que a areia aqui é cinza. Todo mundo tira fotos porque é um fenômeno muito diferente do que os moradores também estão acostumados”, afirmou.
Ela disse que poucas pessoas circulam nas ruas de Bariloche e que as cinzas não provocaram nada de diferente à sua saúde. “Estamos muito bem, sem problemas, tranquilos, somente torcendo para que tudo aqui volte a funcionar e a gente possa passear e voltar para casa na data prevista”. Harmonny diz que, na dúvida, ela e o namorado pegarão de volta o dinheiro dos passeios turísticos pelos quais pagaram antecipadamente e que foram suspensos.
O casal analisou a possibilidade de viajar para Buenos Aires de ônibus e, a partir da capital argentina, embarcar em um voo para o Rio de Janeiro. Ela e o namorado eram os únicos brasileiros no hotel Premier, no centro de Bariloche.
Áreas afetadas
Além de Bariloche, que está a cerca de 90 km do vulcão, as localidades de San Martín de Los Andes, a cerca de 100 km, e Villa Angostura, a 40 km, também foram afetadas. O governador da província de Neuquén, Jorge Sapag, disse que as aulas já foram retomadas em San Martín de Los Andes, mas que o mesmo não ocorreu em Villa Angostura, que continuava sem luz na manhã desta terça-feira.
“Em Villa Angostura, faltou água e estamos tendo que abastecer casa por casa com um caminhão de água. No entanto, a situação está sob controle. Não há ninguém internado e a água é potável”, disse. O governador afirmou que as cidades turísticas deverão retomar à normalidade nos próximos dias e que a situação não é pior porque a temporada ainda não começou. No momento, todos os aeroportos da região da Patagônia argentina estão fechados, segundo informa a mídia local.
Nesta manhã, mais de 60 voos foram cancelados nos aeroportos de Aeroparque e Ezeiza, os dois principais de Buenos Aires. No entanto, era esperada para o início da tarde a retomada das operações, menos para a região da Patagônia. As cinzas atingiram mais de 10 províncias da Argentina. Por temor dos efeitos do vulcão, as companhias tinham começado a suspender por iniciativa própria seus voos, inclusive para o Brasil e os Estados Unidos, na noite dessa segunda-feira.
Fonte: agencias