O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) iniciou, na quinta-feira (16), o programa de crédito que destina R$ 12 bilhões para a renegociação de dívidas de produtores rurais atingidos por eventos climáticos. A medida chega em um momento crítico para o Piauí, que tem 119 municípios atualmente em situação de emergência devido à seca.
A abertura de protocolos para solicitar o financiamento foi autorizada pelo banco a partir desta semana, e a expectativa é de que o crédito esteja disponível para produtores e cooperativas até o início de novembro. As operações de crédito serão feitas por meio da rede de instituições financeiras credenciadas junto ao BNDES. Do total de recursos, 40% estão reservados para produtores familiares e médios produtores, os segmentos considerados mais vulneráveis aos efeitos das perdas de safra.
O programa é direcionado a produtores rurais, associações e cooperativas localizadas em municípios que, entre 2020 e 2024, tiveram estado de calamidade pública ou situação de emergência reconhecida pelo governo federal. O financiamento terá prazo de até nove anos para o pagamento, incluindo um ano de carência. A União já realizou a transferência dos R$ 12 bilhões para o BNDES operar a linha de crédito, que foi autorizada por uma Medida Provisória .
No Piauí, a seca se intensificou entre julho e agosto de 2024, afetando 81% do território estadual. Em resposta, o governo estadual decretou situação de emergência, por 180 dias, em 119 municípios. O decreto destaca que a falta de chuvas tem causado a exaustão de poços artesianos, comprometendo o abastecimento de água para consumo humano e causando prejuízos significativos para a agropecuária.
Para enfrentar os efeitos da estiagem, o Governo do Piauí está executando uma série de ações por meio da Operação Água e Vida, que inclui a instalação de sistemas de dessalinização, entrega de cisternas, distribuição de caminhões pipa e apoio financeiro via Garantia Safra. Para 2026, estão previstos investimentos de cerca de R$ 7 milhões em projetos como a construção de mais de 9 mil cisternas, barragens subterrâneas e sistemas de reuso de água, beneficiando municípios afetados pela seca.
Fonte: Agência Brasil
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