
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deve eleger, no próximo domingo (25), seu novo presidente em um cenário praticamente definido: o médico infectologista Samir Xaud, de 41 anos, surge como candidato único após registrar oficialmente, neste domingo (18), a chapa “Futebol para Todos: Transparência, Inclusão e Modernização”. O dirigente tem o apoio de 25 das 27 federações estaduais, além de dez clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, o que o coloca com ampla vantagem antes mesmo da votação.
A formalização ocorreu na sede da entidade, no Rio de Janeiro, faltando dois dias para o fim do prazo de registro de chapas, que se encerra na terça-feira (20). A força política demonstrada por Xaud torna praticamente inviável qualquer tentativa de oposição — já que o estatuto da CBF exige o apoio mínimo de oito federações estaduais para que um candidato se habilite à disputa.
Presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol, Samir traz consigo não apenas um projeto técnico e modernizador, mas também um histórico familiar de ligação com o esporte. Ele é filho de Zeca Xaud, que presidiu a federação local por mais de quatro décadas. Em sua gestão, o médico promoveu, segundo a própria CBF, “uma verdadeira revolução no futebol de Roraima”, com avanços em organização e visibilidade.
Apoio consolidado e adversários esvaziados
O apoio a Samir Xaud se tornou uma avalanche institucional. Com exceção de São Paulo e Mato Grosso, todas as demais federações estaduais estão com ele. E o respaldo não para por aí. Entre os dez clubes que aderiram à sua candidatura estão representantes relevantes das Séries A e B — incluindo três dissidentes da Liga Forte União (LFU), bloco que inicialmente havia declarado apoio a outro nome.
Mesmo com o movimento da LFU, que reúne 32 dos 40 clubes das duas principais divisões do futebol nacional, o cenário não se alterou. No sábado (17), o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, anunciou publicamente a intenção de concorrer, prometendo apoio de outras entidades. No entanto, a força demonstrada por Xaud — com 25 federações já comprometidas — esvaziou qualquer possibilidade real de competição.
Sem os apoios mínimos exigidos pelo estatuto, Reinaldo praticamente deu adeus à disputa antes mesmo de formalizar sua candidatura. O racha na LFU, evidenciado pelo apoio de Amazonas, CRB e Criciúma à chapa de Xaud, também sinaliza um reposicionamento estratégico de clubes que veem na nova liderança uma chance de transformação interna na entidade.
Uma chapa com nomes de peso
A chapa encabeçada por Samir Xaud reúne uma combinação de experiência política, técnica e jurídica no futebol nacional. O grupo conta com oito candidatos à vice-presidência, entre eles cinco presidentes de federações estaduais: Amazonense, Potiguar, Paraibana, Paraense e Catarinense.
Também fazem parte da composição nomes como Flávio Zveiter, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD); Gustavo Henrique, ex-diretor da própria CBF; e Fernando Sarney, atual interventor da entidade, designado após o afastamento de Ednaldo Rodrigues no fim de 2023.
O discurso que acompanha a campanha de Xaud enfatiza três pilares: transparência, inclusão e modernização. Internamente, dirigentes defendem que a chegada de um nome do Norte representa uma quebra de paradigmas no eixo de comando da CBF, tradicionalmente concentrado nas regiões Sudeste e Sul. O novo presidente, ao que tudo indica, será o primeiro da história da entidade a vir da região Norte do país.
Com a eleição marcada para domingo (25) e sem qualquer outro nome viável até o momento, o pleito deve consolidar a ascensão de Samir Xaud à presidência da CBF sem a necessidade de disputa direta. A expectativa entre os apoiadores é de que a nova gestão promova uma abertura da entidade para maior participação dos clubes, revisão de contratos e um novo modelo de governança.
Fonte: Agência Brasil