O Portal Piauí Hoje separou algumas personalidades que fizeram história no estado do Piauí. No dia 8 de março que é comemorado Dia da Mulher, conheça a história de mulheres que se destacaram em vários segmentos e deixaram seu legado. Veja:
Amélia Bevilaqua - Primeira mulher a concorrer à Academia Brasileira de Letras
Amélia Beviláqua nasceu na fazenda Formosa, em Jerumenha, no Piauí, filha do Desembargador José Manuel de Freitas e de D. Teresa Carolina da Silva Freitas. Concluiu sua educação em Pernambuco, onde conheceu e casou com Clóvis Beviláqua no ano de 1883.
Sua vida literária iniciou cedo, quando ainda era estudante em São Luís. Colaborou com o jornal de sua escola, publicando contos e poesias. Em 1889, publicou trabalhos em jornais de Recife e na Revista do Brasil de São Paulo. Atuou, também, como redatora oficial do periódico O Lyrio, de Recife, em 1902, ao lado de Maria Augusta Meira de Vasconcelos Freire. Foi ocupante da cadeira 23 da Academia Piauiense de Letras e patrona da cadeira 48 da Ala Feminina da Casa Juvenal Galeno-Ceará.
Amélia de Freitas Beviláqua foi considerada como uma mulher de vanguarda, liderando o mencionado periódico O Lyrio (Recife-PE; 1898), influenciando a criação do Jornal Borboleta em Teresina-PI. Ousou muito mais, ao ser a primeira mulher a se candidatar à Academia Brasileira de Letras, em 1930.
Esperança Garcia - Escrava que se rebelou contra o tratamento dado pelos senhores
Esperança nasceu em uma fazenda de propriedade dos jesuítas, onde hoje fica o município de Nazaré do Piauí. Foi uma mulher negra escravizada brasileira, considerada a primeira mulher advogada do Piauí. Em 6 de setembro de 1770, Esperança enviou uma petição ao então presidente da Província de São José do Piauí, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, onde denuncia maus-tratos e abusos físicos contra ela e seu filho, pelo feitor da Fazenda Algodões.
A carta de Esperança Garcia é considerada a primeira petição escrita por uma mulher na história do Piauí, o que a torna uma precursora da advocacia no estado.
Elvira Raulino – Pioneirismo no jornalismo piauiense
Filha do deputado e fazendeiro Mário Raulino e da mulher de muita fé Maria Mendes Raulino, Elvira foi criada no fervor religioso — pertencia à União de Moços Católicos. Aos 13 anos de idade, viu-se envolvida com o rádio, assinalando a primeira experiência profissional, de um pioneirismo assustador, visto que as moças da sociedade de classes abastadas, daquela época, estavam predestinadas aos salões de valsa.
Manteve-se no rádio ao longo da vida, proprietária que é da Rádio São José dos Altos em cujo aniversário consegue reunir 70.000 pessoas, sempre com um nome artístico de repercussão nacional, abrilhantando os eventos. Ao longo da vida, Elvira coleciona vários feitos e pioneirismo no cenário do jornalismo piauiense.
Francisca Trindade - A voz das periferias na política
Filha de Raimundo Pereira da Trindade e Lídia Maria da Trindade, iniciou sua atuação política nos movimentos de juventude da Igreja Católica no bairro da Água Mineral em Teresina.
Filiada ao PT desde os primórdios de sua vida pública, foi presidente da Federação das Associações de Moradores e Conselhos Comunitários (FAMCC) no período 1992/1994 e eleita primeira suplente de vereador em Teresina em 1992 sendo que sua efetivação ocorreu em 1994 quando Wellington Dias foi eleito deputado estadual.
Reeleita para o legislativo municipal em 1996 sua atuação permitiu que fosse eleita para um mandato de deputado estadual em 1998, circunstância que a fez renunciar ao mandato de vereadora e com isso permitir a efetivação do primeiro suplente João de Deus Sousa.
Francisca foi um marco na luta das periferias e também quebrou tabus quando ainda mulher, negra e pobre entrou para a vida pública.
Genu Moraes – Mulher ousada
Escritora e jornalista Maria Genovefa de Aguiar Moraes (1927-2015), mais conhecida como Genu Moraes. A escritora foi um dos nomes mais ativos na política e na sociedade piauiense. Filha de Eurípedes de Aguiar (ex-governador do Piauí) e de Graça Falcão Lopes Aguiar, Genu era dotada dona de uma personalidade alegre e de um espírito livre, que a fizeram quebrar muitos tabus impostos pela então provinciana sociedade teresinense.
A trajetória de Genu Moraes é repleta de pioneirismos. Ela foi a primeira mulher a ter carteira de motorista na capital piauiense, e também a primeira a se tornar presidente do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, Estado que também lhe elegeu como vereadora por um mandato.
De volta ao Piauí, foi Presidente da Associação das Damas de Assistência à Infância (ADAPI), ocupou por longo tempo a chefia do cerimonial do Palácio de Karnak durante os governos de Alberto Silva e Mão Santa, e ainda fez parte da Academia Piauiense de Ciências, ocupando a cadeira número 9.
Genu Moraes é considerada por alguns como a mulher mais importante do Piauí no século XX.
Maria da Inglaterra – Ícone da cultura Piauense
Maria Luiza dos Santos e Silva virou cantora aos 26 anos. Em 1973, na primeira vez que subiu em um palco, Maria da Inglaterra foi campeã do Festival Universitário, realizado no Teatro de Arena, em Teresina, com a música “O Peru Rodou”. Na década de 1980 participou do projeto Pixinguinha, no Rio de Janeiro. Em 2010, a cantora foi homenageada no Dia Internacional da Mulher pelo programa Domingão do Faustão.
Quando completou 77 anos, Maria da Inglaterra teve a carreira contada em um DVD. O projeto “Maria entre amigos” apresentou releituras de suas composições feitas por músicos do Piauí. Daniel Hulk, Roraima, Rosinha Amorim, Wanda Queiroz, Soraya Castello Branco, Iracema Teles, Luciana Nunes, Gonzaga Lu, Nadedja Leal, Chagas Moura e Duda Li participaram do projeto.
Aos 79 anos, Maria da Inglaterra ganhou uma homenagem de amigos e virou história em quadrinhos.
Regina Sousa – Mulher na politica piauiense
Maria Regina Sousa (União, 4 de julho de 1950) é uma professora, bancária, sindicalista e política brasileira. Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), é a atual vice-governadora do estado do Piauí, no cargo desde janeiro de 2019.
Também já foi senadora da República de 2015 a 2019 e secretária de Administração entre 2003 e 2010 do Estado do Piauí.
Natural de União, Sousa é filha de Raimundo Sousa Miranda e Maria da Conceição Silva Miranda,[4] camponeses sem terras. É a quinta de catorze filhos. Também foi quebradeira de coco babaçu.
Niéde Guidon – História Piauiense
É uma arqueóloga brasileira conhecida mundialmente por lutar pela comprovação de sua teoria e preservação do Parque Nacional da Serra da Capivara.
Formada em História Natural pela USP, com doutorado em pré-história pela Sorbonne e especialização na Université de Paris. Seu primeiro contato com o que viria a ser o parque foi em 1963 em uma exposição no Museu Paulista, que expunha pinturas rupestres de Minas Gerais. Lá recebeu a visita de um morador de São Raimundo Nonato, que lhe informou existir pinturas semelhantes em sua cidade no sítio arqueológico de Coronel José Dias, no Piauí. Porém conseguiu visitar o Piauí somente em 1973, após cerca de 8 anos fora do Brasil, lecionando na École des Hautes Études en Sciences Sociales em Paris.
Niéde é uma mulher que defende a preservação do espaço que tem a história do homem no mundo. Já ganhou diversos prêmios e se destacou pela grande atuação.
Monalysa Alcântara
Em agosto a teresinense Monalysa Alcântara, de 18 anos, venceu o concurso Miss Piauí Be Emotion 2017, a partir daí a jovem passou a ser a primeira miss Brasil do Piauí.
Após vencer o concurso nacional, a piauiense sofreu uma série de ataques racistas na internet, por ser negra e nordestina e respondeu com toda classe aos ataques: “racismo é crime e estou aqui para lutar”. No Miss Universo, que aconteceu no dia 26 de novembro de 2017, em Las Vegas, Monalysa chegou até o top 10 do concurso.