O quilo do feijão carioquinha apresentou redução expressiva de -15,01%. Desde o mês de agosto o preço segue em queda devido maior oferta do produto no mercado interno.
O tomate desde o mês de outubro apresenta retração e o valor do quilo caiu -11,89%. Oferta normalizada ocasionou na diminuição de preço para o consumidor.
A banana continuou apresentando queda e baixou -4,46%. Aumento da oferta da fruta impactou na redução do preço.
O leite integral também segue em queda e registrou retração de -2,63%. O avanço da safra em grande parte do país, que eleva a produção e a captação de leite pelas indústrias, e a fraca demanda nacional, em decorrência dos elevados patamares de preços nos últimos meses, influenciaram na queda do preço do produto.
A carne bovina de primeira acumulou alta de 1,69%. Reduzida oferta de animais para abate, explicam o aumento do preço da carne, apesar da demanda interna desaquecida.
O preço do café aumentou 1,38%. A valorização interna está atrelada às preocupações quanto ao volume de café que será produzido na próxima safra e à possibilidade de oferta enxuta no próximo ano.
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Cesta x salário mínimo em Teresina
O trabalhador teresinense, necessitou cumprir, em novembro, jornada de 95 horas e 53 minutos, para adquirir os produtos da cesta básica, menor que o tempo necessário calculado em outubro, de 98 horas e 48 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos previdenciários, verifica-se que o trabalhador teresinense, remunerado pelo piso nacional, comprometeu, em novembro 47,37% dos vencimentos com a cesta. Em outubro, o percentual exigido era de 48,82%.
Cesta x salário mínimo nacional
Em novembro de 2016, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 100 horas e 56 minutos. Em outubro, a jornada necessária foi calculada em 103 horas e 48 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em novembro, 49,87% para adquirir os mesmos produtos que, em outubro, demandavam 51,29%.
Salário Mínimo Necessário
Com base na cesta mais cara, que, em novembro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em novembro de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.940,41, ou 4,48 vezes o mínimo de R$ 880,00. Em outubro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 4.016,27, ou 4,56 vezes o piso vigente.
Comportamento da cesta nas 27 cidades[1]
Em novembro, o custo do conjunto de alimentos básicos diminuiu em 25 das 27 capitais do Brasil. As reduções mais expressivas ocorreram em Boa Vista (-7,35%), Recife (-5,10%), Cuiabá (-4,68%), Salvador (-4,48%), Belo Horizonte (-4,20%) e São Paulo (-4,08%). As elevações foram anotadas em Macapá (0,13%) e Rio Branco (0,37%).
A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 469,04), seguida de Florianópolis (R$ 466,25) e São Paulo (R$ 450,39). Os menores valores médios foram observados em Recife (R$ 353,08) e Natal (R$ 354,59).
Entre janeiro e novembro de 2016, todas as cidades acumularam alta. As elevações mais expressivas foram observadas em Maceió (22,95%), Rio Branco (22,44%), Aracaju (20,53%) e Fortaleza (18,62%). Os menores aumentos ocorreram em Recife (5,76%), Manaus (7,18%), Curitiba (7,55%) e São Paulo (7,72%).
TABELA 2
Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos
Custo e variação da cesta básica em 27 capitais
Brasil – novembro de 2016
Capital
|
Valor da cesta
|
Variação mensal (%)
|
Porcentagem do Salário Mínimo Líquido
|
Tempo de trabalho
|
Variação no ano (%)
|
Porto Alegre
|
469,04
|
-1,89
|
57,93
|
117h16m
|
10,52
|
Florianópolis
|
466,25
|
-1,91
|
57,59
|
116h34m
|
9,95
|
São Paulo
|
450,39
|
-4,08
|
55,63
|
112h36m
|
7,72
|
Rio de Janeiro
|
448,73
|
-1,69
|
55,43
|
112h11m
|
12,77
|
Vitória
|
438,85
|
-2,30
|
54,21
|
109h43m
|
12,81
|
Brasília
|
436,68
|
-0,04
|
53,94
|
109h10m
|
9,54
|
Cuiabá
|
431,46
|
-4,68
|
53,29
|
107h52m
|
10,38
|
Campo Grande
|
425,78
|
-2,46
|
52,59
|
106h27m
|
9,60
|
Curitiba
|
421,37
|
-2,68
|
52,05
|
105h20m
|
7,55
|
Belém
|
415,86
|
-2,16
|
51,37
|
103h58m
|
18,16
|
Boa Vista
|
408,63
|
-7,35
|
50,47
|
102h10m
|
12,29
|
Fortaleza
|
406,52
|
-2,14
|
50,21
|
101h38m
|
18,62
|
Belo Horizonte
|
400,90
|
-4,20
|
49,52
|
100h14m
|
8,21
|
Maceió
|
398,90
|
-1,05
|
49,27
|
99h44m
|
22,95
|
Manaus
|
394,21
|
-3,82
|
48,69
|
98h33m
|
7,18
|
Palmas
|
390,48
|
-3,49
|
48,23
|
97h37m
|
12,85
|
Porto Velho
|
387,71
|
-2,51
|
47,89
|
96h56m
|
11,58
|
Goiânia
|
387,56
|
-0,48
|
47,87
|
96h53m
|
15,49
|
Teresina
|
383,52
|
-2,96
|
47,37
|
95h53m
|
11,62
|
Rio Branco
|
380,74
|
0,37
|
47,03
|
95h11m
|
22,44
|
Macapá
|
379,82
|
0,13
|
46,91
|
94h57m
|
11,13
|
São Luís
|
371,42
|
-3,88
|
45,88
|
92h52m
|
13,41
|
João Pessoa
|
370,65
|
-3,85
|
45,78
|
92h40m
|
14,14
|
Aracaju
|
368,52
|
-2,55
|
45,52
|
92h08m
|
20,53
|
Salvador
|
358,77
|
-4,48
|
44,31
|
89h41m
|
14,17
|
Natal
|
354,59
|
-3,36
|
43,80
|
88h39m
|
13,48
|
Recife (1)
|
353,08
|
-5,10
|
43,61
|
88h16m
|
5,76
|
Fonte: DIEESE
Nota: (1) a cesta de Recife em outubro foi recalculada e custou R$ 372,07.
Em novembro, houve predominância de queda no preço do leite integral, feijão, tomate e também da batata, pesquisada no Centro-Sul. Já o café em pó, o açúcar e a carne bovina de primeira tiveram aumento de valor na maior parte das cidades.
O preço do leite diminuiu em todas as capitais, exceto em Brasília, onde ficou estável. As quedas oscilaram entre -10,99%, em Vitória, e -0,25%, em Manaus. As reduções ocorreram devido ao avanço na produção e pela menor demanda de leite.
Das 27 capitais onde se realiza a pesquisa, houve queda no preço do feijão em 24. O do tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, diminuiu em todas as cidades, com taxas entre –24,83%, em Belém, e -0,53%, em Rio Branco. Já o preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, aumentou em Porto Alegre (2,66%), Florianópolis (2,49%) e Curitiba (1,71%) e decresceu em Vitória (-2,82%) e Rio de Janeiro (-0,39%). Os altos valores de comercialização do grão carioca reduziram a demanda e, além disso, parte da terceira safra ainda abasteceu o mercado, o que explicou a retração do preço em todas as cidades. No entanto, houve diminuição da área plantada de feijão em 2016, de forma que não há previsão de quedas muito maiores nos preços, uma vez que a oferta deve ser limitada.
O valor do quilo do tomate caiu em 22 cidades. As maiores quedas foram verificadas em Florianópolis (-24,50%), Cuiabá (-23,97%) e Vitória (-21,19%). Em Rio Branco, o preço não variou. As altas ocorreram em Belém (0,71%), Maceió (2,13%), Macapá (5,20%) e Goiânia (8,61%). A oferta do fruto foi normalizada e o preço recuou na maior parte das cidades.
A batata, pesquisada no Centro-Sul, diminuiu em oito cidades e aumentou em três: Brasília (14,62%), Goiânia (4,62%) e Rio de Janeiro (2,40%). As quedas oscilaram entre -17,80%, em Vitória, e -0,27%, em Porto Alegre. Tubérculos de boa qualidade e oferta normalizada reduziram o preço no varejo.
O preço do café seguiu em alta em 23 cidades. As variações oscilaram entre 0,18%, em Rio Branco, e 11,41%, em Belém. Houve redução em Natal (-1,21%), Aracaju (-0,94%), Rio de Janeiro (-0,25%) e João Pessoa (-0,17%). Menor oferta do grão nos mercados interno e externo e a possível redução da próxima safra impactaram no preço no varejo.
O quilo do açúcar aumentou em 19 capitais, com taxas entre 0,35%, em Rio Branco, e 11,44%, em Vitória; e diminuiu em oito, com destaque para as retrações em Belém (-6,23%), Salvador (-4,02%) e Brasília (-3,34%). Mesmo com maior produção de açúcar e menor demanda interna, as exportações aumentaram e as usinas mantiveram altos os valores negociados, o que elevou o preço do açúcar no varejo.
A carne bovina de primeira aumentou em 18 cidades, em novembro. As altas variaram entre 0,04%, em João Pessoa, e 4,28%, em Vitória. As quedas, verificadas em nove cidades, foram mais expressivas em Salvador (-1,18%) e Porto Velho (-1,03%). A oferta restrita de animais para abate aumentou o preço da carne, apesar da menor demanda.
Fonte: DIEESE. Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos
Obs.: Podem ocorrer pequenas diferenças nas variações em relação ao texto, pois os dados desta tabela derivam do cálculo resultante do preço dos produtos multiplicado pelas quantidades estabelecidas na cesta