
O Jornal O Globo deste domingo (15), publicou uma reportagem sobre a vida da piauiense e top model Laís Ribeiro, 28 anos. Nascida em Miguel Alves, cidade de 33 mil habitantes, a 112 quilômetros de Teresina, Lais é a caçula dos três filhos de uma professora primária e um funcionário público. Desde cedo, aprendeu a batalhar. “Se faltava dinheiro para a carne, saíamos para pescar ou caçar jacarés. Foi uma infância simples, mas muito feliz”, recorda a modelo.
Vinte minutos entre um casting e outro da semana de moda de Nova York. Esse é o tempo que Lais Ribeiro tem para falar sobre a vida de Angel (nome dado às modelos que formam o squad da Victoria’s Secret), o novo reality show que apresentará em fevereiro e os desafios de conciliar o trabalho com a criação do filho Alexandre, de 11 anos, há cinco diagnosticado com autismo.
A personalidade forte a que a modelo se refere a ajudou não só a conseguir os melhores trabalhos (Balmain, Chanel, Louis Vuitton, só para citar alguns), como fez com que conquistasse o respeito em uma categoria, muitas vezes, equivocada. Anos atrás, Lais denunciou por assédio o fotógrafo David Bellemere, colaborador da Victoria’s Secret. “Muita gente lá fora acha que brasileira é p... Estávamos numa festa no Caribe, depois de um ensaio de moda praia. Ele me pegou com força e tentou me beijar”, conta.“Cheguei de viagem e denunciei o cara na hora. No dia seguinte, ele foi demitido.”
Depois do episódio, Mario Testino e Bruce Weber, fotógrafos grifados, também foram denunciados e perderam trabalhos importantes. “Movimentos como Time’s Up e Me Too encorajaram as denúncias na moda. O teste do sofá caiu”, avalia Lais. Ed Razek, diretor de marketing da Victoria’s Secret que deixou a empresa no mês passado, foi quem a acolheu e agiu rapidamente diante das denúncias. “Ele era um pai para mim. Quando soube que ia deixar a empresa, fiquei arrasada. Só não saí falando por medo de represália.”
Lais levou um de seus maiores sustos: recebeu dos médicos de Alexandre o diagnóstico de autismo. “Foi um baque. Não sabia o nível do comprometimento, chorei bastante. Hoje me sinto abençoada por ter um filho com uma visão de mundo tão especial. Ele me ensina tanto.”
No dia a dia, a rotina do pequeno se divide entre as aulas numa escola para crianças como ele e sessões de terapia ocupacional. “O pai do Alexandre mora no Piauí, mas minha mãe e minha irmã vivem comigo em Nova York e me ajudam muito. Além delas, tenho uma babá paraibana que faz uma comidinha brasileira que ele adora”, diz Lais.
Fonte: Jornal O Globo