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Escândalos derrubam direitista Boris Johnson do cargo de primeiro ministro do Reino Unido

Boris Johnson afirmou que irá dar apoio ao novo líder a ser decidido


Boris Johnson: fanfarrão da direita européia

Boris Johnson: fanfarrão da direita européia Foto: Reuther

“É claramente a vontade do Partido Conservador que deve haver um novo líder do partido e, portanto, um novo primeiro-ministro”. Assim Boris Johnson iniciou seu pronunciamento nesta quinta-feira, 07 de julho, confirmando a renúncia do cargo.

Desde a última sexta-feira, 1º de julho, o então premiê britânico vinha passando por mais uma turbulência em seu governo, uma crise que se arrastava há tempos, mas que chegou num momento insustentável para a continuidade de sua liderança.

“É minha função junto a vocês continuar fazendo o que prometi em 2019. Estou abrindo mão do melhor emprego do mundo, mas quero agradecer a minha família, aos servidores, agências e membros do Partido Conservador”, disse ele.

Em seu pronunciamento, Boris Johnson disse que o processo de escolha do novo líder deve começar agora; cronograma será anunciado na próxima semana. O premiê deve permanecer à frente do governo até a escolha do sucessor.

Boris Johnson afirmou que irá dar apoio ao novo líder a ser decidido. “Ao público, sei que muitos estarão aliviados. Estou triste por estar entregando o melhor emprego no mundo”, disse.

“A razão de eu ter lutado tanto é porque eu senti que era meu dever. Estou imensamente orgulhoso de minhas conquistas”, acrescentou.

Para a secretária de Relações Exteriores, Liz Truss, Boris Johnson tomou a decisão certa: “O governo sob a liderança de Boris teve muitas conquistas – entregando o Brexit, vacinas e apoiando a Ucrânia. Precisamos de calma e unidade agora e continuar governando enquanto um novo líder é encontrado”, disse Truss.

O governo russo comemorou a queda do premiê:  “Ele não gosta da gente, nós também não gostamos dele”, afirmou o  porta-voz do Kremlim, Dmitry Peskov.

Os escândalos que derrubaram Boris Johnson

Uma série de acusações criaram um dos escândalos mais notáveis do governo, sem precedentes. Por muitas vezes os críticos do governo acusaram o primeiro-ministro de desrespeitar o procedimento e dobrar as regras quando lhe conviesse, como quando ele decidiu pedir à rainha que suspendesse ou fechasse o Parlamento por cinco semanas no auge de uma crise política sobre o Brexit.

A monarca acatou o pedido, de acordo com seu dever de ficar fora da política e agir apenas sob o conselho dos ministros de Estado, embora a Suprema Corte considerasse que a prorrogação era ilegal.

Por seu desrespeito às regras e padrões parlamentares, Johnson foi forçado a se desculpar pessoalmente.

Outro fato que escandalizou o Reino Unidos foi uma alegação de corrupção depois que mensagens do WhatsApp revelaram que ele havia pedido fundos a um doador do Partido Conservador para reformar sua residência em Downing Street. O trabalho teria custado cerca de US$ 280 mil (aproximadamente R$ 1,5 milhão).

O Partido Conservador foi multado em 17.800 libras (cerca de R$ 115 mil) pela Comissão Eleitoral em dezembro do ano passado.

Também em 2021, Boris Johnson tentou forçar os parlamentares conservadores a votar a favor da revogação da suspensão de um colega do partido do Parlamento.

O Premiê enfrentou ainda a revolta dos britânicos por conta de festas realizadas em Downing Street, residência e sede oficial do governo britânico, em pleno lockdown da Covid-19.

Aliás, o festeiro parlamentar promoveu uma noite de bebedeira na véspera do funeral do príncipe Philip – em um momento em que limites rígidos de socialização forçaram até a rainha a se sentar sozinha para se despedir daquele que foi seu marido por quase 74 anos.

Fonte: Agências

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