A Polícia Civil de Alagoas investiga Albino Santos de Lima, 42, suspeito de ser o maior assassino em série do estado. Ele confessou o assassinato de 10 pessoas em um período de um ano, além de ser investigado por outros oito homicídios. O caso foi revelado pelo programa Fantástico (TV Globo) no domingo (17), com reportagem publicada pela Folha de S.Paulo.
Segundo a delegada Tacyane Ribeiro, Lima demonstrava obsessão por jovens mulheres negras, perfil predominante entre suas vítimas
. “Sete das dez vítimas têm esse perfil. A gente acredita que ele possa ter sofrido algum tipo de rejeição, e por isso ceifado essas vidas”, afirmou a delegada.
As investigações revelaram detalhes perturbadores sobre o comportamento do suspeito. Lima, ex-segurança penitenciário e filho de um ex-policial militar, utilizava as redes sociais para monitorar suas vítimas e planejar os ataques.
“Eu fazia uma investigação por conta própria”, declarou o suspeito em depoimento, indicando que já planejava novos crimes.
Entre os casos que chocaram os investigadores está o assassinato de Ana Beatriz dos Santos, de apenas 13 anos, morta enquanto caminhava com a irmã em Maceió, no dia 8 de agosto, aniversário de sua mãe, Helyzabethe Bezerra Santos. “Foi como se a pessoa tivesse arrancado o pedaço do meu coração”, desabafou a mãe ao Fantástico.
Além de monitorar suas vítimas, Lima mantinha uma lista com nomes de futuros alvos e utilizava um calendário para registrar as datas dos crimes. Após os homicídios, ele visitava os túmulos das vítimas, onde tirava fotos e gravava vídeos com tom de deboche.
A polícia apreendeu a arma usada nos crimes, uma pistola calibre 380, e destacou que nenhuma das vítimas tinha ligação com atividades criminosas, contrariando a alegação de Lima de que assassinava integrantes de facções. O advogado de Lima, Geoberto Bernardo de Luna, afirmou que usará uma estratégia de defesa baseada na alegação de insanidade. “A cabeça dele é a cabeça de uma pessoa doente, sociopata”, declarou.
O suspeito está preso desde setembro e foi indiciado por homicídio qualificado em três dos casos. As autoridades pretendem reabrir investigações de homicídios anteriores, ocorridos desde 2019, para verificar seu possível envolvimento.
Fonte: Brasil 247