
No Brasil, na contramão da queda no indicador de extrema pobreza, o índice de pobreza sofreu aumento entre 2018 e 2019, voltando ao mesmo patamar verificado em 2016, ano em que o advogado Michel Temer assumiu o governo após queda o golpe parlamentar que destituiu a presidenta Dilma Rousseff.
No Piauí, esse aumento foi refletido significativamente. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas- IBGE, são 1,4 milhão de pessoas vivendo com menos de R$ 436 mensais no Piauí, ou US$ 5,5 por dia, conforme os parâmetros do Banco Mundial para definir a condição de pobreza.
O número de pessoas que vivem com menos de meio salário no Piauí equivale a quase a metade da população do estado (43,4%), de acordo com a Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE.
O estudo revela também que aqueles em condição de pobreza no Brasil, que têm renda domiciliar per capita inferior a R$ 436 mensais, são 51,7 milhões de pessoas. Isso equivale a 24,7% da população brasileira, índice que é bastante inferior ao constatado no Piauí.
Quanto ao índice de pobreza, o Piauí também ocupa a quinta maior posição entre os estados do Brasil.
Com percentuais superiores estão apenas Maranhão (52,2%), Amazonas (47,4%), Alagoas (47,2%) e Pará (44,3%). Já a menor taxa de pessoas em situação de pobreza é do estado de Santa Catarina (7,5%).
Extrema pobreza atinge 457 mil pessoas no Piauí
Em 2019, aproximadamente 457 mil pessoas estavam em situação de extrema pobreza no Piauí, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que 14% da população do estado vivia com rendimento domiciliar per capita mensal inferior a R$ 151, ou US$ 1,9 por dia, conforme critério adotado pelo Banco Mundial para definir a condição de extrema pobreza.
Os valores referentes à linha de pobreza não podem ser convertidos usando a taxa de câmbio do mercado, mas sim o fator Paridade do Poder de Compra (PPC).
Os dados são da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS), que tem como principal fonte de informação a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), além de outras estatísticas internas e externas ao IBGE. O objetivo da SIS é contemplar a heterogeneidade brasileira sob a perspectiva das desigualdades sociais.
O índice de extrema pobreza do Piauí tem caído desde 2017, ano em que atingiu o maior patamar da série histórica da pesquisa (14,8%). Ainda assim, o estado possui o quinto maior percentual de pessoas nessa condição, atrás do Maranhão (20,4%), do Acre (16,1%), de Alagoas (15%) e do Amazonas (14,4%). O estado com menor proporção de pessoas em extrema pobreza é Santa Catarina (1,5%), considerando os dados do IBGE.
No Brasil, a taxa de extrema pobreza é menos que a metade do valor verificado para o Piauí: 6,5% da população do país, enquanto há 14% nessa situação no estado. São 13,6 milhões de pessoas vivendo com menos de R$ 151 por mês no Brasil.
Fonte: Ascom IBGE