
Entre as metas que se destacam no documento, uma das que vale ressaltar é o Resultado Primário. Diferentemente da União, que teve um déficit, o do Estado do Piauí teve um superávit. Isso significa dizer que o Governo Estadual gastou menos do que arrecadou, tendo em vista que o Superávit Primário nada mais é do que o dinheiro que o governo consegue economizar. É a diferença entre o que ele arrecada (sem considerar operações de crédito) menos o que gasta (em despesas que não são financeiras), e esse saldo é usado para pagar parte da dívida pública.
Portanto, quanto maior o Superávit Primário, maior é a capacidade que o Governo possui de arcar com seus compromissos financeiros. Além disso, essa meta é muito considerada por investidores estrangeiros, pois na medida em que o Estado vai conseguindo superávits primários cada vez maiores, significa que terá mais condições de amortizar dividas e, portanto, é um Estado confiável, onde é seguro aplicar dinheiro.
O Resultado Primário alcançado no ano de 2015, que tinha previsão de ficar negativo em R$ 655,86 milhões, foi positivo em R$ 3,80 milhões. Esse Resultado Primário representa a diferença entre as receitas e despesas primárias (não-financeiras). “A apuração desse Resultado Primário fornece uma melhor avaliação do impacto da política fiscal em execução. Os superávits primários direcionados para o pagamento de serviços da dívida contribuem para a redução do estoque da mesma. Por outro lado, déficits primários indicam aumento da dívida. Dessa forma, o resultado primário dá suporte para o pagamento da dívida, contribuindo para a redução do estoque da mesma”, acrescenta o Superintendente do Tesouro Estadual, Emílio Júnior.
Ele também comenta que os Estados que não cumprem esta e as demais metas fiscais, estabelecidas pela LRF, podem sofrer sanções, dentre estas, a suspensão de repasses de recursos pela União para convênios e ainda ficam impedidos de contrair financiamentos. O gestor ainda pode ser multado e processado por improbidade administrativa.
Estado demonstra compromisso com áreas sociais, cumprindo gastos com saúde e educação.
Além disso, o Estado cumpriu os gastos com saúde e educação, confirmando não só o compromisso com essas áreas sociais, assim como também envidou esforços para melhorar a aplicação dos recursos nessas duas áreas: enquanto em 2014 os gastos com educação somam 26,52% da arrecadação, no ano de 2015 esse percentual corresponde a 27,76%, sendo que o percentual mínimo da arrecadação que o Estado deve aplicar no exercício é 25%. “Os gastos do Estado do Piauí com ações e serviços públicos de saúde e as despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino foram cumpridos, como determina a Constituição, sobretudo porque este Governo tem compromisso com essas áreas sociais, e é por isso mesmo que toda equipe é motivada para oferecer maior qualidade nos serviços prestados à população piauiense”, enfatiza o Secretário Rafael Fonteles.
Isso acontece mesmo o Piauí tendo uma considerável perda do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), uma vez que o Estado contribui com R$ 1 bilhão e 200 milhões para o Fundeb e só recebe algo em torno de 700 milhões por ano. “Lamentavelmente, temos essa perda considerável de cerca de R$ 500 milhões por ano, podendo chegar a R$ 600 milhões. Por isso o Governador estava pleiteando a compensação dessas perdas do Fundeb”, comenta o secretário.
E o mesmo compromisso do Estado acontece quanto o assunto é cumprimento das obrigações constitucionais em relação aos gastos com saúde: em 2015 o Estado gastou 12,94% da sua arrecadação com a área da saúde, enquanto que em 2014 esse gasto foi de 12,51%. O percentual mínimo da arrecadação que o Estado deve aplicar durante o ano em relação às despesas com ações e serviços públicos de saúde é de 12%.
Fonte: ccom