Economia

TARIFAS

Indústria pede tarifa de 25% sobre aço chinês para proteger setor nacional

Representantes do setor alegam que subsídios chineses prejudicam a competitividade e pedem medidas de proteção

Da Redação com informações do Brasil 247

Quarta - 12/02/2025 às 10:28



Foto: Reprodução/Damir Sagolj/Reuters Indústrias siderúrgicas brasileiras pedem tarifa de 25% sobre aço chinês após Trump taxar aço nacional
Indústrias siderúrgicas brasileiras pedem tarifa de 25% sobre aço chinês após Trump taxar aço nacional

Indústrias siderúrgicas do Brasil solicitaram ao governo federal a implementação de uma tarifa de 25% sobre o aço importado da China, como uma resposta às recentes medidas adotadas pelos Estados Unidos para proteger sua produção. A proposta será discutida com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, em encontro marcado para este mês.

A solicitação dos representantes da indústria busca proteger a produção nacional de aço, que enfrenta crescente competitividade devido à exportação do produto chinês a preços extremamente baixos. Segundo o setor, a China estaria praticando uma forma de “dumping”, com o governo chinês subsidiando a produção de aço para manter empregos internos, uma vez que o país enfrenta desaceleração no mercado da construção civil. Isso resultou em uma onda de importações, com valores saltando de menos de US$ 100 milhões no início dos anos 2000 para mais de US$ 2 bilhões em 2022.

Em resposta a essas importações, o governo brasileiro implementou cotas de importação no ano passado, mas os representantes da indústria consideram que essa medida não tem sido suficiente, especialmente com a recente elevação de tarifas nos Estados Unidos. Para os industriais brasileiros, a medida seria necessária para conter a concorrência desleal e fortalecer a competitividade local.

No entanto, a alegação das indústrias brasileiras é contestada por representantes do comércio chinês. Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, defendeu que os subsídios à indústria de aço na China não existem mais e que a baixa do preço do produto se deve à eficiência da produção chinesa, que possui tecnologia avançada e custos operacionais mais baixos. 

Tang afirmou que a aplicação de tarifas adicionais ao aço chinês prejudicaria, na realidade, os consumidores brasileiros, já que elevaria o custo dos produtos manufaturados e, consequentemente, aumentaria a inflação. Ele também ressaltou que o "custo Brasil" – com altos impostos e problemas logísticos – é o principal obstáculo para a competitividade da indústria nacional.

A discussão sobre a tarifa de 25% no aço chinês será um ponto importante para o futuro do setor siderúrgico brasileiro, que continua buscando formas de se manter competitivo frente ao mercado global.

Fonte: Brasil 247

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