
O Governo do Piauí, por meio da Investe Piauí, iniciou um mapeamento de potenciais destinos para o mel piauiense após a sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos ao produto. O estudo aponta países como Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido e China como alternativas para diversificar as vendas externas.
Segundo o gerente de Comércio Exterior da Investe Piauí, Gustavo Dias, a abertura de novos mercados é fundamental para reduzir a dependência dos EUA, que até 2024 representaram 87% da receita com exportações de mel natural. “Nosso estudo mostra que não podemos ficar reféns de um só mercado, por maior que ele seja. Há países com forte potencial importador, onde o mel brasileiro já é reconhecido e valorizado”, afirmou.
Em 2024, o Piauí exportou US$ 22,4 milhões em mel para os EUA. Municípios como São Raimundo Nonato, Picos, Itainópolis, Anísio de Abreu e Simplício Mendes estão entre os principais produtores. A Cooperativa de Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (Comapi), que reúne 292 cooperados e envolve cerca de mil pessoas, é uma das responsáveis pelo envio do produto ao exterior. “Muitas famílias dependem diretamente da cadeia produtiva do mel”, destacou Janete Dias, gerente administrativa da Comapi.
Para reduzir o impacto imediato da sobretaxa, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) agilizou a devolução dos créditos de exportação previstos na Lei Kandir, o que garante ressarcimento de ICMS pago em operações anteriores. “Essa lei assegura às empresas exportadoras o direito de receberem o saldo credor acumulado”, explicou a superintendente da Receita Estadual, Graça Moreira Ramos.
No plano nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Plano Brasil Soberano, que prevê crédito para empresas, adiamento de impostos, estímulos via compras governamentais e apoio jurídico nos tribunais norte-americanos. “O plano não é apenas a reação a uma ameaça imediata, mas de fortalecimento da exportação para que o país seja mais competitivo e menos vulnerável no futuro”, comentou o governador Rafael Fonteles em suas redes sociais.
Fonte: Secom-PI