O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, declarou nesta quinta-feira (16) que a possível fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul não deve resultar em aumento nos preços das passagens nem comprometer as operações da Latam no mercado brasileiro.
A declaração do ministro veio após a assinatura de um memorando de entendimento pelo grupo Abra, controlador da Gol e da Avianca, para a união de negócios com a Azul. Segundo Costa Filho, a movimentação no setor aéreo pode ser comparada a uma federação partidária, sugerindo que as empresas continuarão com suas identidades operacionais, apesar da união estratégica.
A fusão das companhias ainda está em análise e deverá passar por avaliações regulatórias, mas o governo acredita que o impacto no mercado será mínimo, com manutenção da competitividade entre as principais empresas do setor.
Entenda o caso
As companhias aéreas Azul e Gol anunciaram a assinatura de um memorando de entendimento na última quarta-feira (15) para iniciar negociações de uma possível fusão. Caso concretizada, a nova empresa será responsável por 60% do mercado aéreo brasileiro, segundo dados divulgados ao mercado financeiro.
O avanço do processo está condicionado ao encerramento da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, previsto para abril de 2025. Além disso, a fusão ainda depende da aprovação de órgãos reguladores, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A previsão é que a nova estrutura comece a operar em 2026.
Pelo memorando, a governança da nova companhia será dividida entre as partes. O conselho terá três membros indicados pela holding Abra, controladora da Gol e da Avianca, três pela Azul e três conselheiros independentes. A presidência do conselho (chairman) será indicada pela Abra, enquanto o diretor-executivo (CEO) será nomeado pela Azul. Assim, o atual CEO da Azul, John Rodgerson, deve assumir o comando da nova empresa.
As marcas Azul e Gol continuarão operando de forma independente, mas as companhias poderão compartilhar aeronaves e voos, ampliando a conectividade entre destinos regionais e grandes cidades. Não haverá novos investimentos financeiros no processo de fusão, que será realizado com os ativos disponíveis.
Outro ponto relevante é a limitação da alavancagem financeira da nova empresa, que não poderá ultrapassar o índice da Gol ao final de sua recuperação judicial. Atualmente, a Gol opera com uma alavancagem de 5,5 vezes, com previsão de redução para 4,5 vezes até abril. Se esse parâmetro não for cumprido, a fusão será inviabilizada.
A Azul continuará comprando aeronaves da Embraer e buscará fortalecer a sinergia com voos internacionais, enquanto o grupo resultante da fusão promete reconfigurar o setor aéreo no Brasil.
Fonte: Agência Brasil