
Nos últimos dias, foi registrada uma alta considerável no preço de alguns produtos alimentícios no país, em especial o arroz, alimento mais presente no prato dos brasileiros. No Piauí, a escalada nos preços do arroz foi de 20% nos últimos 30 dias. O custo de vida das famílias de baixa renda está ainda mais impactado com a alta no preço do arroz.
De acordo o Indicador de Inflação por Faixa de Renda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a inflação vem ocorrendo desde março deste ano. Em agosto, a inflação de famílias mais pobres (em que a renda domiciliar é menor do que R$ 900) teve variação de 0,38%, acima da taxa de 0,10% percebida pelas famílias mais ricas (com renda maior do que R$ 9 mil).
Segundo o Ipea, o grupo de alimentos de maior peso na cesta de consumo das famílias mais pobres subiram 0,78% no mês. Em todo o país, o arroz acumulou altas de preços de 19,2%.
Preços abusivos
No Piauí, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) identificou estabelecimentos com aumentos abusivos de até 40% no preço do arroz. Em Teresina, o Procon autuou oito estabelecimentos foram autuados nas últimas fiscalizações e têm um prazo de 15 dias para apresentarem suas defesas. Em caso de irregularidade comprovada, a multa aplicada pode chegar à R$ 10 milhões, dependendo do porte do estabelecimento.
Na capital, o preço do pacote de 5 Kg de arroz foi encontrado por até R$ 35 em alguns estabelecimentos. A elevação média varia de 22% a 28% no preço do arroz. O Procon autua os estabelecimentos que estão com um aumento de acima de 20% nos valores do produto.
Denúnicas
O consumidor que identificar aumentos abusivos de preços basta entrar em contato com o Procon através do e-mail : atendimentoprocon@mppi.mp.br ou nos telefones (86) 98162-8247/ (86) 98190-7983/ (86) 98195-5177/ (86) 98122-4746. O Procon recomenda também que o consumidor pegue a nota fiscal, se possível tire uma foto e encaminhe para os canais de comunicação.
O que diz a indústria
A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiaroz) publicou uma nota no dia 28 de agosto para esclarecer sobre o aumento do preço do arroz. Entre as justificativas, a Abiaroz informou que o setor tem enfrentado dificuldade no acesso à matéria-prima e que se preocupa com o abastecimento regular do produto até a próxima safra.
“Nos últimos 25 dias, observou-se uma alta de mais de 30% no custo da matéria-prima, além do reajuste já ocorrido em decorrência do aumento da demanda no início da pandemia. Os preços praticados ultrapassaram em 290% o valor do preço mínimo estabelecido pelo governo federal. Importa destacar que a matéria-prima representa parte expressiva do preço de venda do arroz, o que reflete sobremaneira no preço final ao consumidor”, explicou a entidade.