Economia

BANCO CENTRAL

Banco Central eleva estimativa de crescimento do PIB para 2,3% neste ano

Revisão reflete cenário doméstico aquecido e menor impacto das enchentes no RS

Da Redação

Quinta - 27/06/2024 às 12:41



Foto: Vosmar Rosa/MPOP Banco Central eleva estimativa do PIB para 2,03%
Banco Central eleva estimativa do PIB para 2,03%

O Banco Central (BC) revisou para cima a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, de 1,9% para 2,3%, conforme o relatório de inflação do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (27). No primeiro trimestre, o PIB cresceu 0,8%, ritmo considerado “robusto e superior ao esperado” pelo BC. A instituição também avaliou que as enchentes no Rio Grande do Sul terão um impacto menor na atividade econômica do que o previsto.

Cenário doméstico

De acordo com o relatório, a atividade econômica e o mercado de trabalho no cenário doméstico mostraram-se aquecidos, contribuindo para a queda no desemprego e aumento nos salários. “Esses fatores justificaram a revisão para cima da projeção de crescimento do PIB em 2024, de 1,9% para 2,3%. As enchentes no Rio Grande do Sul causaram uma expressiva queda na atividade econômica gaúcha, mas já há sinais de recuperação”, afirmou o BC.

Cenário externo

Em relação ao cenário externo, o Banco Central destacou que o ambiente permanece adverso, exigindo cautela por parte dos países emergentes. O relatório indica que as incertezas sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e a velocidade na queda da inflação de forma sustentada em diversos países continuam elevadas. “Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho”, afirma o relatório.

Inflação

Para o BC, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 4% em 2024, acima da previsão anterior de 3,5%. O relatório aponta que, apesar do recuo na inflação, aumentou a expectativa de desancoragem. No acumulado de 12 meses, o IPCA caiu de 4,5% em fevereiro para 3,9% em maio. A inflação também registra queda ao observar seus núcleos e a métrica trimestral.

“Contudo, o recuo da inflação no último trimestre foi menor do que o projetado no cenário de referência apresentado no relatório anterior (surpresa de +0,14 p.p.), destacando-se a alta mais intensa dos alimentos. Em meio ao aumento de incertezas nos cenários doméstico e externo, as expectativas de inflação para 2025 e 2026, que já estavam acima da meta de inflação para o período, aumentaram de 3,5% para 3,8% e 3,6%, respectivamente, segundo a mediana apurada pela pesquisa Focus”, diz o documento.

As projeções do BC indicam aumento da inflação no segundo trimestre de 2024, mas com retomada da trajetória de declínio, permanecendo, porém, acima do centro da meta, que é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Nesse cenário, a inflação acumulada em quatro trimestres deve terminar 2023 em 4,6%, caindo para 4,0% em 2024, 3,4% em 2025, e 3,2% em 2026, diante da meta de 3%.

O BC ressalta, no entanto, que em relação ao relatório anterior, a projeção de inflação para 2024 e 2025 aumentou. A elevação para 2024 foi de 0,5 p.p. e para 2025 de 0,2 p.p.

“Para o horizonte relevante, o aumento resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado. Contribuíram ainda o aumento das expectativas de inflação, a depreciação cambial, a inércia do aumento da projeção de curto prazo e a utilização de taxa de juros neutra maior. Por outro lado, o aumento da taxa de juros real foi fundamental para evitar um aumento mais significativo na projeção”, conclui o documento.

Fonte: Agência Brasil

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