Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV-Ibre) revelou que 67,7% dos trabalhadores autônomos, que foram incentivados pela reforma trabalhista a deixar o emprego formal, agora preferem ter um trabalho com carteira assinada. O estudo, que informa o portal UOL, mostra que a reforma, aprovada há sete anos, falhou em seu objetivo e agravou a precariedade no mercado de trabalho.
A reforma modificou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permitindo acordos diretos entre empregadores e empregados, o parcelamento de férias e a eliminação da contribuição sindical obrigatória, que foi posteriormente revertida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa era reduzir o desemprego, mas a taxa de desocupação continuou a crescer, alcançando 14,9% em março de 2021, durante a pandemia de Covid-19.
Atualmente, 25,4 milhões de brasileiros trabalham como autônomos, enfrentando grande insegurança financeira. Aproximadamente 44% ganham até um salário mínimo e 45% não conseguem prever sua renda para os próximos seis meses. Além disso, 19,8% enfrentam variações salariais frequentes, em comparação com 4,7% dos empregados formais.
A preferência por empregos formais é maior entre os trabalhadores de baixa renda. Entre os autônomos que ganham até um salário mínimo, 75,6% preferem a carteira assinada, enquanto a preferência é de 70,8% entre aqueles que ganham entre um e três salários mínimos e 54,6% entre os que recebem mais de três salários mínimos. A precariedade afeta especialmente homens negros e trabalhadores com idades entre 45 e 65 anos.
Fonte: Brasil247