O Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC) aprovou por unanimidade parecer favorável ao processo de tombamento do antigo sanatório Meduna, capela e entorno, que, no início deste ano, correu risco de ser demolido. Agora, a pauta segue para o prefeito Dr. Pessoa, a quem caberá a homologação definitiva para confirmar o tombamento por lei municipal.
João Henrique Vieira, presidente do CMPC de Teresina, explica que o antigo sanatório Meduna e seu entorno já se encontram protegidos legalmente em âmbito municipal e, desde fevereiro, são considerados bem cultural e integrante do acervo do patrimônio de Teresina. Com isso, qualquer intervenção deverá ter anuência dos órgãos competentes, inclusive do Conselho
“Qualquer intervenção sem autorização é considerada dano ao patrimônio, à história e à memória de nossa cidade. É um momento histórico muito importante, pois pela primeira vez um processo de tombamento acontece de forma transparente, sendo o primeiro caso no município de Teresina, em 35 anos. Por isso, é um momento histórico para todos que lutam pela preservação e memória de nossa cidade”, afirmou João Henrique Vieira, presidente do CMPC de Teresina.
Na reunião, foi lido e aprovado o parecer da Câmara Técnica de Patrimônio Material e Natural do CMPC de Teresina. A coordenadora da Câmara Técnica de Patrimônio Material e Natural do CMPC, Camila Ferreira, ressalta a transparência e amplo debate que resultou nessa conquista que agora depende apenas da homologação pelo prefeito.
“Pela primeira vez, o processo de tombamento de um bem é fruto de uma provocação da sociedade civil, passado por todos os trâmites necessários, e não apenas num simples decreto. O CMPC promoveu amplo debate com organizações e pessoas interessadas no debate a respeito do Meduna, de seu valor material e imaterial, historicidade e representatividade para a história do tratamento psiquiátrico no Piauí", destacou Camila Ferreira que enalteceu a importância do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Piauí no processo.
A conselheira e secretária da Câmara Técnica do Patrimônio Material do CMPC, Jasmine Malta, frisa a importância dessa conquista e da sociedade cobrar uma ocupação cultural para o espaço.
“Oficializar o tombamento do conjunto arquitetônico do Meduna é valorizar a história coletiva da cidade e dar visibilidade aos que fizeram desse espaço um marco na psiquiatria brasileira, para o seu desenvolvimento e também para os resgates, releituras e visibilidade. Agora é cobrar pela sua ocupação enquanto importante equipamento cultural de Teresina”.