
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse que considera determinante o apoio de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição em São Paulo e garantiu que o ex-presidente já se comprometeu a reforçar as agendas na cidade nas próximas semanas. “O apoio do ex-presidente Bolsonaro neste estágio da nossa campanha será fundamental”, afirmou o candidato à reeleição.
Membros da equipe de Nunes afirmam que já não há receio de que a presença de Bolsonaro aumente a rejeição ao prefeito. A avaliação é que esse eventual desgaste já foi precificado no primeiro turno e que, agora, já não terá impacto. Com isso, Bolsonaro decidirá quando, como e em que proporção ele pedirá votos para a reeleger Nunes.
O ex-presidente, por exemplo, pode optar por fazer atividades de campanha ao lado vice Mello Araújo (PL), indicado por ele para compor a chapa com Nunes. Por ora, não foi definida uma agenda conjunta entre o ex-presidente e o prefeito de São Paulo. Nem mesmo a garantia dele nos programas de TV. Como mostrou a âncora Tainá Falcão, Bolsonaro prometeu a Nunes entrar com os dois pés na campanha.
Com a direita dividida no primeiro turno com Pablo Marçal (PRTB), o ex-presidente foi vacilante em dar apoio explícito ao prefeito. Na maioria, das vezes, optou por exaltar Mello Araújo. O cenário só mudou na sexta-feira (4), a dois da eleição, quando Bolsonaro atendeu aos apelos do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do advogado Fabio Wajngarten.
Uma operação foi montada de última hora para que Mello Araújo viajasse ao Rio de Janeiro para participar de uma live ao lado de Bolsonaro. Na transmissão, Bolsonaro pediu voto racional e mandou indireta a Marçal, dizendo que “oportunistas” tentavam cooptar a direita.
O prefeito apostará na estratégia de focar na imagem de gestor para fugir da polarização que deverá ser explorada pela campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Enquanto a estratégia de Boulos é explorar a rejeição de Bolsonaro na capital, a campanha do prefeito chega amparada no que consideram uma vantagem por ter índice de rejeição menor.
Segundo o último Datafolha, Boulos é rejeitado por 38% dos paulistanos, enquanto 25% dos eleitores dizem que não votam de jeito nenhum em Nunes. A avaliação da equipe do prefeito é que foi justamente ao colocar às questões da cidade no centro do debate é que Nunes conseguiu vencer a disputa particular pela direita com Marçal.
Fonte: CNN