
O Rio Piracicaba, no interior de São Paulo, voltou a ficar tomado por peixes mortos desde a segunda-feira (15). Os peixes mortos estão na região do Tanquã, área de proteção ambiental conhecida como minipantanal paulista, próxima à cidade de Piracicaba. No dia 7 de julho deste ano, o rio também foi tomado por peixes mortos.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que a causa da morte dos animais foi o despejo irregular de resíduos industriais conduzido pela Usina São José S/A Açúcar e Álcool. Técnicos da Agência Ambiental de Piracicaba constataram uma mancha de efluentes contaminados saindo da empresa em direção ao Ribeirão Tijuco Preto, que deságua no Rio Piracicaba.
Na segunda-feira, foram conduzidos testes de oxigenação no Córrego da Pinga, localizado na área de proteção ambiental do Tanquã, que confirmaram que a contaminação também atingiu a região.
Até a manhã desta quarta-feira (17), a região do Tanquã continuava tomada por toneladas de peixes mortos. Em nota, a Prefeitura de Piracicaba informou que os animais devem ser retirados nos próximos dias por meio da contratação de uma empresa terceirizada.
Foto: Luiz Carvalho / X
Na primeira onda de mortes, a prefeitura precisou realizar um mutirão para a coleta de 2,97 toneladas de peixes mortos do rio.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) foi acionado para investigar a poluição do rio Piracicaba por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema).
Segundo informações do portal G1, a Usina São José S/A Açúcar e Álcool admitiu, em nota ao MPSP, a responsabilidade no vazamento de resíduos industriais no rio, mas negou que isso seria suficiente para causar a morte dos animais.
A indústria ainda teria atribuído essa responsabilidade à má qualidade do tratamento do esgoto da Prefeitura de Rio das Pedras, onde a usina fica.Um dos mais importantes rios de São Paulo é tomado por toneladas de peixes mortos — Foto: Reprodução/TV Globo
Em nota, a Cetesb afirmou que está aguardando as conclusões das análises laboratoriais das amostras recolhidas no Rio Piracicaba para embasar o processo administrativo que definirá a penalidade a ser aplicada à Usina São José.
A Usina São José de Rio das Pedras pertence ao Grupo Farias, um dos principais grupos de produção de bioenergia, etanol e açúcar no Brasil. A usina havia sido desativada em 2020, voltou a funcionar no início deste ano e tem a capacidade de moer 1,2 milhão de toneladas de cana de açúcar.
Fonte: Metrópoles