
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu novamente, nesta segunda-feira (5), Luiz Fabiano da Silva, 49 anos, apontado como um dos líderes de um plano terrorista que visava o público no show gratuito da cantora Lady Gaga, realizado no sábado (3) na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro. O evento reuniu cerca de 2,1 milhões de pessoas, sendo sua maioria o público LGBTQIA+, e foi parte da iniciativa "Todo Mundo no Rio".
A prisão ocorreu em Novo Hamburgo (RS) e foi a segunda de Silva em dois dias. No sábado, ele havia sido detido em flagrante por posse ilegal de três armas de fogo durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Foi liberado após pagamento de fiança no valor de um salário mínimo (R$ 1.518). Silva não compareceu à audiência de custódia, o que motivou a decretação de sua prisão preventiva pela juíza Fabiana Pagel, do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
A segunda prisão ocorreu por volta das 12h30min desta segunda-feira (5), na residência do suspeito, no bairro Santo Afonso, um dos dois mais populosos do município. Aos agentes, Silva negou qualquer envolvimento com a disseminação de discurso de ódio nas redes.
A investigação, denominada Operação Fake Monster, em referência aos "Little Monsters", como são conhecidos os fãs de Lady Gaga, revelou que o grupo extremista planejava ataques com explosivos improvisados e coquetéis molotov durante o show, com o objetivo de atingir crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+. O plano incluía a transmissão ao vivo dos ataques para ganhar notoriedade nas redes sociais. Os suspeitos utilizavam plataformas como o Discord — plataforma virtual de jogos online utilizada para troca de mensagens de texto, áudio e vídeo — para recrutar adolescentes e disseminar discursos de ódio.
Além de Silva, um adolescente foi apreendido no Rio de Janeiro por armazenar pornografia infantil, que também já obteve liberdade mediante fiança. Outro suspeito, preso em Macaé (RJ), teria planejado um ritual satânico durante o evento. Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em nove cidades de quatro estados brasileiros, resultando na apreensão de dispositivos eletrônicos e materiais relacionados aos crimes investigados.
As autoridades optaram por manter a operação em sigilo. O evento ocorreu sem incidentes, e Lady Gaga não foi informada sobre a ameaça até após a apresentação. Em comunicado, a cantora afirmou: "A música deve ser um refúgio, não um objetivo de ódio", reafirmando seu posicionamento com a inclusão e a diversidade.
A Operação Fake Monster conta com a colaboração de diversas delegacias e órgãos de segurança, incluindo a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).