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INVESTIGAÇÃO

Médica condenada por desvio de R$ 900 mil de formatura obtém registro profissional

Alicia Dudy Muller Veiga, ex-presidente da comissão, tem inscrição regular no CRM, apesar da condenação por estelionato

Da Redação com informações do Brasil 247

Domingo - 02/02/2025 às 16:33



Foto: Reprodução/Redes Sociais Alicia Dudy Muller foi condenada após desviar R$ 900 mil de formatura de Medicina da USP
Alicia Dudy Muller foi condenada após desviar R$ 900 mil de formatura de Medicina da USP

Alicia Dudy Muller Veiga, jovem condenada por desviar quase R$ 1 milhão dos recursos destinados à festa de formatura da turma de Medicina da USP, conseguiu seu registro como médica no Conselho Federal de Medicina (CFM), com situação "regular". 

Mesmo com uma sentença de cinco anos de prisão pelo crime de estelionato, a inscrição foi formalizada em 26 de dezembro de 2024, permitindo que ela atue como médica no Brasil, sem uma especialidade registrada.

O caso que levou a jovem à condenação ganhou repercussão em 2023, quando colegas de turma denunciaram que ela, na época presidente da comissão de formatura, desviou os valores arrecadados para fins pessoais, como a compra de celulares, relógios e o pagamento de aluguel de carros e moradia. 

Ao todo, ela transferiu R$ 927.765,33 de forma irregular. Após a acusação, Alicia negou inicialmente o desvio, mas mais tarde admitiu que o dinheiro teria sido perdido em uma aplicação financeira fraudulenta.

Além da sentença por estelionato, Alicia ainda responde a outro inquérito por suspeita de lavagem de dinheiro, relacionado a um golpe em uma lotérica, onde teria perdido mais de R$ 400 mil em apostas, com parte do valor possivelmente proveniente do desvio da formatura. A investigação segue em andamento, mas ainda não houve julgamento.

O registro médico de Alicia gerou controvérsias, já que, apesar de condenações e investigações em curso, a jovem teve sua inscrição aceita, questionando sobre os critérios do CFM para concessão de registros, uma vez que não há impedimentos legais automáticos para profissionais condenados. O caso segue em pauta e desperta debates sobre a ética e as implicações de crimes financeiros no futuro acadêmico e profissional.

Fonte: Brasil 247

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