O governo federal deu início, neste sábado (9), à operação de desintrusão da Terra Indígena (TI) Munduruku, localizada nos municípios de Jacareacanga e Itaituba, no Pará. A ação, coordenada pela Casa Civil e envolvendo 20 órgãos federais, tem como objetivo remover invasores que praticam o garimpo ilegal de ouro, assegurando que o território seja preservado exclusivamente para os mais de nove mil indígenas dos povos Munduruku, Isolados do Alto Tapajós e Apiaká, que vivem em 61 aldeias.
Com uma extensão de quase 2,4 milhões de hectares, a TI Munduruku foi homologada em 2004 e enfrenta um grave cenário de invasão e desmatamento, principalmente ao longo dos rios Tapajós, Cabitutu e das Tropas. De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), vinculado ao Ministério da Defesa, a mineração ilegal é uma das principais ameaças ao ecossistema da região.
A operação é fruto de uma ação judicial movida pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que, em agosto de 2020, solicitou ao Superior Tribunal Federal (STF) a adoção de medidas urgentes para proteger as comunidades indígenas contra o avanço de conflitos em seus territórios. Na mesma ação, a Apib pediu a desintrusão de várias terras indígenas, incluindo as Terras Yanomami, Karipuna e Kayapó, sendo a TI Munduruku priorizada devido à intensa presença de garimpeiros na área. O STF acatou a solicitação e determinou a ação para garantir a proteção do território.
Fonte: Agência Brasil