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PRECONCEITO

Policiais não estão preparados para lidar com casos de LGBTfobia, aponta estudo

A pesquisa será apresentada aos policiais nesta sexta (17), no Dia Internacional de Combate à LGBTfobia

Da Redação

Quinta - 16/05/2024 às 08:45



Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Marcha contra a Homofobia
Marcha contra a Homofobia

Um estudo realizado com um grupo LGBTQIA+ do Rio de Janeiro revelou que, apesar de muitos terem sofrido algum tipo de violência, muitos têm medo de denunciar o crime em uma delegacia. O estudo, realizado pelo grupo Pela Vida, também mostrou que muitas das ocorrências registradas acabam sendo arquivadas quando encaminhadas ao Ministério Público. Os resultados serão apresentados aos policiais civis da capital fluminense nesta sexta-feira (17), Dia Internacional Contra a LGBTfobia.

A pesquisa revelou que as formas mais comuns de violência foram homofobia (53,6%), violência psicológica (51,7%) e assédio/importunação sexual (45,2%). Quando questionados sobre a probabilidade de recorrer à polícia em caso de LGBTfobia, 29,3% disseram que era muito improvável, enquanto apenas 25% disseram que era muito provável.

A maioria dos entrevistados (65%) acredita que a polícia está “muito pouco preparada” para atender a população LGBTQIA+, com 22,3% dizendo que está “pouco preparada” e apenas 3,5% acreditando que está “bem preparada” ou “muito bem preparada”. Além disso, 61,7% acreditam que os policiais não levam as denúncias a sério.

O estudo foi realizado com 515 pessoas LGBTQIA+, com questionários aplicados online e em locais e eventos voltados para a comunidade LGBTQIA+. Dos 515 entrevistados, 186 procuraram uma delegacia, mas 28% tiveram a especificação de crime de LGBTfobia recusada e 14% conseguiram registrar o crime apenas após insistir.

A discriminação contra pessoas LGBTQIA+ é crime no Brasil, equiparada ao crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal em 2019. No entanto, ainda faltam dados oficiais sobre a ocorrência desse tipo de crime e como ele é tratado no Brasil, segundo Maria Eduarda Aguiar, diretora do grupo Pela Vidda.

O grupo também fez um levantamento junto ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para acompanhar os casos de LGBTfobia. Dos casos encaminhados ao Ministério Público nos últimos quatro anos, menos da metade (48,6%) se tornou uma denúncia, enquanto um em cada quatro (25,7%) foi arquivado.

A pesquisa será apresentada formalmente à Polícia Civil nesta sexta-feira, como parte de uma iniciativa para sensibilizar os policiais, melhorar o tratamento nas delegacias e incentivar a população a denunciar mais esse tipo de crime.

Fonte: Agência Brasil

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