Brasil

PARIS 2024

Bordadeiras que fizeram uniforme do Brasil para as Olimpíadas se emocionam ao ver abertura

Artes que estão estampadas na roupa foram feitas por 80 bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, no Rio Grande do Norte

Da Redação

Sexta - 26/07/2024 às 17:35



Foto: Reprodução/arquivo pessoal Jailma Araújo bordando arte que será estampada em uniforme do Brasil na abertura das Olimpíadas
Jailma Araújo bordando arte que será estampada em uniforme do Brasil na abertura das Olimpíadas

Em uma emocionante reunião nesta sexta-feira (26), as talentosas bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Norte, se uniram para celebrar a abertura das Olimpíadas de Paris. Essas mulheres habilidosas são as responsáveis pelas belas artes estampadas nos uniformes da delegação brasileira.

No acolhedor prédio do centro de convivência da cidade, as bordadeiras e suas famílias assistiram à cerimônia em um grande telão. Quando a delegação brasileira desfilou pelo Rio Sena vestindo os uniformes adornados com suas criações, a bordadeira Valdineide Dantas, de 34 anos, não conteve a emoção: "Sentimento é de gratidão a Deus por mais essa conquista do nosso bordado. Estamos todas muito emocionadas por viver esse momento."

Duas bordadeiras tiveram a honra de acompanhar pessoalmente a abertura das Olimpíadas em Paris, integrando uma comitiva do governo do Rio Grande do Norte. Na cerimônia, elas foram convidadas a assistir ao desfile na primeira fila. Para a bordadeira Iranilda Batista: "Isso é um orgulho imenso para todas as bordadeiras de Timbaúba dos Batistas."

Bordadeiras de Timbaúba e familiares acompanharam evento reunidos no centro de convivência da cidade — Foto: Cardoso Silva/Inter TV Cabugi

As bordadeiras já haviam compartilhado com o G1 a expectativa de que o trabalho delas ganhasse maior visibilidade após a abertura das Olimpíadas. A exposição das artes produzidas por essas mulheres talentosas poderia impulsionar a procura por seus trabalhos únicos e meticulosos.

Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas em Paris — Foto: Divulgação

Entretanto, nem tudo foi suave como um ponto bem-feito. Nas últimas semanas, críticas surgiram nas redes sociais em relação aos uniformes. Alguns fizeram comentários negativos com as vestimentas de outras delegações. Houve até sugestões de modelos alternativos criados por estilistas renomados para o Brasil. O presidente do COB, Paulo Wanderley, também rebateu as críticas, afirmando que "Não é Paris Fashion Week".

Jailma Araújo, coordenadora de Desenvolvimento Econômico e Artesanato do Município e presidente da Cooperativa das Mãos Artesanais de Timbaúba dos Batistas, ressaltou a importância da arte feita pelas bordadeiras: "Temos muito orgulho do nosso trabalho."

No entanto, a bordadeira Alcilene Medeiros, de 44 anos, apontou que algumas críticas ultrapassaram os limites: "Não é só pela modelagem; acho que existe um pouquinho de preconceito por saberem que a roupa foi feita aqui no Nordeste. Se a roupa tivesse sido feita em outro lugar, por um estilista famoso e com essa mesma modelagem, a repercussão poderia ser diferente."

Apesar das críticas, Alcilene e suas colegas permanecem resilientes. Elas sabem que o amor e a dedicação investidos em cada peça são inestimáveis. Valdineide Dantas reforça esse sentimento: "Me deixa triste de uma certa maneira, porque o trabalho desenvolvido pelo bordado foi feito com muito amor. Muita dedicação. Não falo só por mim, mas pelas outras bordadeiras que se empenharam vários meses bordando araras, tucanos e onças para esse projeto."

Essas mulheres talentosas, com suas agulhas e linhas, deixam um legado de beleza e tradição. Os uniformes da delegação brasileira nas Olimpíadas de Paris carregam consigo não apenas arte, mas também a história e a paixão de Timbaúba dos Batistas.

Fonte: g1

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: