Brasil

CPI DAS BETS

Empresário piauiense é ouvido na CPI das Bets e nega ser dono do "Jogo do Tigrinho"

Fernandin OIG também falou sobre a amizade com o piauiense Kassio Nunes Marques, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)

Dhara Leandro

Quarta - 27/11/2024 às 10:55



Foto: Reprodução/Instagram O empresário piauiense e CEO da One Internet Group, Fernando Oliveira Lima
O empresário piauiense e CEO da One Internet Group, Fernando Oliveira Lima

O empresário piauiense e CEO da One Internet Group, Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG, foi ouvido na CPI das Bets nessa terça-feira (26), onde foram colhidos os primeiros depoimentos sobre os impactos das empresas de apostas na economia brasileira e supostas associações criminosas.

Fernandin OIG foi convocado a pedido da relatora da CPI, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Segundo o requerimento da relatora, Fernandin tem uma possível associação ao jogo de cassino on-line Fortune Tiger, popularmente conhecido como o Jogo do Tigrinho. E sua empresa, a OIG, é suspeita de facilitar operações de apostas on-line, o que estaria relacionado a possíveis práticas ilícitas e lavagem de dinheiro.

O empresário afirmou que sua empresa está autorizada a funcionar no Brasil, tendo se adequado às regras recentemente divulgadas pelo Ministério da Fazenda. Ele negou ser dono do Jogo do Tigrinho. Segundo Fernandin, o jogo é de uma empresa estrangeira e é disponibilizado em seu site por meio de um agregador de jogos por ele contratado.

"Eu não sou o dono do Tigrinho, quero deixar bem claro para vocês", declarou, alegando que sua plataforma oferece a "versão original" do jogo on-line.

Segundo disse, haveria diferença entre as versões originais e piratas do jogo na internet, que seriam alteradas para favorecer as empresas de apostas.

"Eu cheguei a jogar para verificar que as bets ilegais têm algoritmos falsos, são jogos falsos, pirateados", disse.

Fernandin também disse não ter nenhuma relação com os criadores do Jogo do Tigrinho. Questionado pela relatora e pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), o depoente chegou a ser repreendido por dizer "não saber" quais são as pessoas com quem firmou contrato para oferecer os jogos em sua plataforma.

"Se o representante da plataforma está aqui, fez contrato, está ganhando dinheiro e não sabe com quem contratou e o que foi tratado… estão tratando o Brasil como a casa da mãe Joana", disse Marcos Rogério.

O empresário de 33 anos, que disse ter estudado somente até o primeiro ano do ensino médio, informou que seus negócios se expandiram nos últimos anos. Mas não soube dizer quantas empresas sua holding controla.

"Sou sócio da One Internet Group, sou sócio da OIG Gaming Brazil, através da One Internet Group. As que eu lembro agora são essas, mas eu tenho vários outros negócios de que a minha holding é dona, proprietária, mas que são vários negócios e hoje eu não tenho nome aqui para falar. A One Internet Group começou e atua até hoje com o desenvolvimento de jogos sociais, aqueles famososquizzes dentro do Facebook, onde a gente chegou a ter, na pandemia, 250 milhões de usuários mundiais. E hoje a gente continua com o desenvolvimento de jogos, mas, com a nossa expertise no mercado mundial, a gente presta serviço de publicidade através das nossas relações, dos nossos contratos com Google, Facebook, redes sociais, para várias empresas do mundo", afirma.

Amizade com Nunes Marques

Fernandin OIG também falou sobre a amizade com o piauiense Kássio Nunes Marques, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Questionado pelo vice-presidente da comissão de inquérito, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), o empresário teve que explicar a carona que deu ministro do STF. Os dois viajaram juntos no jatinho do empresário para a festa de aniversário do cantor Gusttavo Lima, na Grécia.

"O Kássio é um amigo meu de mais de dez anos atrás, lá do Piauí, de comer panelada, buchada de bode e galinha caipira. É só relação de amizade, mesmo. Tanto que nem conheço ele como Nunes Marques. Conheço o Kássio", disse Fernandin.

Vieira mencionou o passado de Nunes Marques como juiz federal no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, informação que Fernandin afirmou desconhecer. "O senhor conheceu ele na buchada?", indagou Vieira. "Isso, mais de dez anos atrás", confirmou Fernandin, acrescentando que o encontro ocorreu no Mercado da Piçarra, na zona Sul de Teresina.

"O Mercado da Piçarra é bem frequentado. Nós temos um milionário e um ministro do Supremo na mesma buchada. Está vendo? Que alegria", encerrou Vieira.

Fonte: Com informações da Agência Senado

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