Brasil

OZONIOTERAPIA

Empresário morre durante procedimento de ozonioterapia no Paraná; entenda

Procedimento popularizado por figuras bolsonaristas durante a pandemia da Covid-19 não tem comprovação científica

Da Redação

Sexta - 02/05/2025 às 15:42



Foto: Reprodução O empresário Mauro Fernandes Júnior, de 41 anos
O empresário Mauro Fernandes Júnior, de 41 anos

O empresário Mauro Fernandes Júnior, de 41 anos, morreu nessa terça-feira (29) durante uma sessão de ozonioterapia em uma clínica de estética no município de Paranaguá, no Paraná. A vítima tratava uma luxação no ombro e sofreu uma parada cardíaca logo no início do procedimento.

Segundo informações do Metrópoles, o empresário já javia sentido sintomas adversos do procedimento em uma sessão anterior, como tonturas.

No dia da sessão em que ele morreu, a profissional responsável pelo processo prestou os primeiros socorros e acionou uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A equipe médica tentou reanimá-lo por cerca de 50 minutos, mas o empresário não resistiu e morreu na clínica de estética.

O caso está sob investigação da Polícia Civil do Paraná.

O procedimento, popularizado por figuras bolsonaristas durante a pandemia da Covid-19, é alvo de críticas de órgãos reguladores no Brasil e no exterior por sua falta de comprovação científica.

O que é ozonioterapia

A ozonioterapia é uma técnica que aplica gás ozônio no corpo por vias diversas, como a retal, subcutânea ou intravenosa. O procedimento é vendido como um tratamento anti-inflamatório e imunológico. No entanto, não há qualquer comprovação científica sólida que respalde tais alegações.

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a técnica ganhou notoriedade e foi promovida por diversos aliados do ex-presidente. O tratamento foi aplicado em Regina Hang, mãe do empresário bolsonarista Luciano Hang, e no médico Anthony Wong, conhecido por posições negacionistas. Ambos morreram após contraírem a Covid-19. O blogueiro Oswaldo Eustáquio, também bolsonarista, passou por sessões de ozonioterapia na época.

A prática chegou a ser defendida publicamente durante a pandemia por Volnei Morastoni (MDB), prefeito de Itajaí (SC), que ofereceu aplicação retal do gás como alternativa para tratar o coronavírus. O então ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, chegou a se reunir com defensores do tratamento em 2020.

Apesar da popularidade entre bolsonaristas, a ozonioterapia é considerada experimental pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que reforça não haver evidências de eficácia para nenhuma doença — incluindo a Covid-19. A Anvisa também alerta que o uso indiscriminado representa riscos à saúde, e a FDA (agência reguladora dos Estados Unidos) classifica o ozônio como "gás tóxico sem aplicação médica conhecida".

Fonte: Com informações do Diário do Centro do Mundo

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