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SEM O PAPAGAIO

Temendo o "Braço Forte" da Justiça, "Véi da Havan" não foi ao ato de Bolsonaro

Ausência do empresário Luciano Hang no ato na Paulista mostra o temor de bolsonaristas e golpistas com as ações da Polícia Federal e da Justiça

Por Luiz Brandão

Domingo - 25/02/2024 às 19:32



Foto: Redes sociais Luciano Hang está evitando polêmicas na política
Luciano Hang está evitando polêmicas na política

Figuras emblemáticas do Bolsonarismo, como o empresário catarinense Luciano Hang, também conhecido como o "Véi da Havan", não foi ao ato realizado na tarde deste domingo (25) na Avenida Paulista, em São Paulo, em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A ausência revela temor de figuras expoentes do Bolsonarismo com as ações da Justiça. 

Conforme informações de assessores nas redes sociais, o empresário estava em São Paulo para compromissos da empresa e para gravar programas de TV, mas não se dispôs a ir ao local do ato de apoio ao outrora "ídolo político" dele. Hang teria sido orientado a ficar fora de manifestações políticas para não se complicar ainda mais com a Justiça.

Luciano era figura constante ao lado do então presidente Jair Bolsonaro. Conforme denúncia do Ministério Público Eleitoral, acatadas pelo Tribunal Superior Eleitoral - TSE, o então presidente Jair Bolsonaro transformou o desfile militar do 7 de setembro de 2022, em grande ato de campanha eleitoral. Hang participou do evento.

O desfile de 7 de setembro de 2022 comemorava os 200 anos da independênciado Brasil. Naquele ato, vestido de verde-amarelo, Luciano Hang foi a figura de destaque no palanque oficial ao lado de Jair Bolsonaro, que deixou o convidado presidente de Portugal em segundo plano.

No 7 de setembro de 2022 só Michele Bolsonaro conseguiu ficar entre o então presidente e o empresário Luciano Hang 

Condenado 

Bolsonaristas da linha de frente nos ataques ao PT, a Lula e STF antes das eleições de 2022, recentemente Luciano e a Havan, rede de lojas de propriedade dele, foram condenados a pagar R$ 85 milhões a título de danos morais individuais e coletivo por assédio eleitoral por coagir funcionários na véspera das eleições de outubro de 2018.

A denúncia contra o empresário e sua empresas partiram do Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina. A sentença do juiz Carlos Alberto Pereira de Castro, da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), é em primeira instância e cabe recurso da decisão.

A ação do MPT detalha que na véspera da eleição de 2018, Hang realizou reuniões com os funcionários de suas lojas para questionar os votos deles a respeito do pleito, indicando que "dependendo do resultado presidencial, poderia demitir 15 mil pessoas".

"Ele também disse ter realizado pesquisa de intenção de voto entre os empregados e que 30% teriam afirmado que votariam em branco ou anulariam seu voto", detalhou o MPT.

Na decisão, o magistrado reforçou que “há uma distância considerável entre apenas declarar seu apoio político a qualquer candidato ou agremiação político-partidária e a forma como se deu a abordagem no presente caso”.

O empresário Luciano Hang classificou como descabida e ideológica a decisão de primeira instância da Justiça do Trabalho em Florianópolis.

Ultimamente, o empresário tem se mantido longe das polêmicas políticas. No dia 11 de janeiro de 2023, Luciano Hang divulgou um vídeo nas redes sociais, nesta quarta-feira (11), declarando que torcerá para o governo do presidente Lula (PT).

Depois de passar anos fomentando discursos de ódio contra a esquerda, principalmente contra Lula e o PT, no vídeo de 11 de janeiro, ele também falou sobre o desejo de "paz e harmonia" para o Brasil. Mas não falou do financiamento dos atos golpistas de 8 de janeiro, dos quais ele é suspeito de ser um dos patrocinadores. 

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