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INVESTIGAÇÃO

Capitão da reserva dos Bombeiros é preso por estuprar filha e netos por anos

R.S.B, de 59 anos, é suspeito de cometer uma série de abusos sexuais contra a filha e os dois netos

Da Redação

Quarta - 18/12/2024 às 10:23



Foto: Reprodução/Redes sociais Ronair foi preso preventivamente nesta terça-feira, em Águas Claras
Ronair foi preso preventivamente nesta terça-feira, em Águas Claras

Um capitão da reserva do Corpo de Bombeiros foi preso preventivamente nesta terça-feira (17/12) pela Polícia Civil em um condomínio fechado de Águas Claras (DF), por suspeita de cometer abusos sexuais contra a própria filha, desde os 6 até os 15 anos, e dois netos, um menino, de 9, e uma menina, de 10. Os abusos teriam ocorrido ao longo de quase uma década.

O capitão R.S.B., de 59 anos, foi preso após denúncias que revelaram uma sequência de abusos sexuais. A primeira denúncia partiu da filha do acusado em abril de 2023. Ela relatou ter sofrido abuso sexual pelo pai durante nove anos.

Denúncia

Em depoimentos, a jovem relatou ter sofrido abuso sexual por parte do pai dos 6 aos 15 anos. Os estupros só terminaram em 2011, quando o bombeiro se divorciou da mulher e saiu de casa. As ameaças e agressões sexuais ocorriam quando a vítima estava sozinha em casa, ou durante a noite, quando a mãe dormia.

Em um dos episódios, a mãe da jovem acordou na madrugada e flagrou o bombeiro na cama da filha, tirando a roupa dela. Ela perguntou sobre o que estava acontecendo e o homem disse que estava retirando a etiqueta da calcinha da filha, pois estava a incomodando. Com medo da reação do pai, a menina acenou a cabeça, concordando com a história.

Após a separação do casal, o bombeiro passou a morar em Águas Claras. Mesmo distante, R.S.B continuou com as investidas contra a filha: enviava mensagens pedindo para ela mandar fotos nuas. Até os 27 anos, a jovem guardou para si os abusos sofridos e evitou contar à mãe por medo.

Novas denúncias

A jovem teve dois filhos, que conviveram boa parte da infância ao lado do avô. Uma nova denúncia foi registrada em novembro pela avó de um dos netos do acusado. Em abril de 2023, em uma conversa com a filha mais velha, de 10 anos, a menina confessou que o avô pedia para ver as partes íntimas dela e para roçar os genitais dele nela.  

A menina narrou, então, os fatos à avó e usou a seguinte frase: “Ele fazia comigo igual namorado faz com namorada”. A avó levou a neta até à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam 2) para o registro da ocorrência e lembrou de um episódio suspeito. No depoimento, a idosa contou que a criança passou a rejeitar, inclusive, as aulas de ballet e pediu para que outra pessoa — exceto o avô — a levasse.

Na época da denúncia, os policiais da Deam 2 iniciaram as investigações e representaram pela prisão preventiva do autor à época. O Ministério Público foi favorável à prisão, mas a Justiça impôs apenas medidas cautelares, como o distanciamento das vítimas.

Em 20 de novembro, outra denúncia, novamente feita pela avó das crianças fez a polícia intensificar o monitoramento. A mulher contou que, agora, o neto de apenas 9 anos reclamou do avô. Segundo o menino, as investidas ocorriam desde que ele tinha 5 anos.  A idosa disse que a mãe, ao dar banho no filho, viu que o menino não parava de chorar. Ao colocá-lo na cama, deu um beijo na orelha e o garoto respondeu: “Não gosto dessas brincadeiras.” Estranhando a situação, a mãe da criança o questionou e o filho disse que avô  “colocava a boca na minha íntima (em alusão às partes íntimas)".

Para a avó, o menino perguntou: “Sabe o que aconteceu (com minha irmã)? Meu avô também brincava com minha (parte) íntima, só que eu não gostava porque me machucava”. Novamente, os familiares foram à delegacia e registraram outro boletim de ocorrência.

Investigação

A polícia vinha monitorando o acusado há cerca de um ano e meio. Cada do passo do militar era vigiado até que houve a decisão judicial pela prisão preventiva após a denúncia de estupro dos netos. O delegado-chefe da 24ª DP, Fábio Farias, explicou que, com base no relato da avó, foi instaurado um inquérito para as investigações. Os elementos colhidos, segundo ele, foram suficientes para o indiciamento e o deferimento do mandado de prisão preventiva pelo Judiciário. “Colhemos, além das oitivas de familiares das vítimas, o depoimento especial das crianças, onde ficou claro o cometimento do crime de estupro de vulnerável por várias vezes de ambas as crianças.

A delegada-adjunta da Deam 2, Mariana Almeida, ressalta a importância da denúncia rápida ao observar qualquer comportamento ou alegação suspeita da vítima. “Quando se tem essa suspeita, é bom evitar fazer perguntas para as crianças, pois isso pode fazê-la a criar repulsa e até constrangê-la. Deve-se levar o menor à delegacia, pois lá ela passará por um protocolo especial de depoimento”, enfatiza.

O acusado pode pegar 8 a 15 anos de prisão por cada abuso. A defesa do acusado ainda não respondeu, até o momento, as acusações publicamente

Fonte: Com informações do Correio Braziliense

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