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MEDO

Bolsonaro arrega, nega golpe, fala em conciliação e pede liberdade de golpistas

Como medo da prisão, Bolsonaro fala em esquecer o passado e em liberdade para golpistas presos. Ele jogou aliados aos leões

Por Luiz Brandão

Domingo - 25/02/2024 às 17:20



Foto: Reprodução da TV Bolsonaro falou manso na Paulista. Os seguidores esperavam do
Bolsonaro falou manso na Paulista. Os seguidores esperavam do "capitão valente e bravo" de antes

Diferentemente de outras ocasiões, em atacava adversários, ministros do STF e qualquer pessoa que se opunha a ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro demonstrou estar temendo ser preso após ato que convocou para este domingo (25), na Avenida Paulista,  no Centro de São Paulo. Falando em conciliação e "esquecer tudo, como ocorreu com outras atrocidades do passado,  ele evitou atacar o Judiciário e seus membros e pediu anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. 

Ao dizer que quem quebrou o patrimônio púbico em Brasília em janeiro de 2023 que peguem pelo que fizeram, o ex-presidente "jogou aos leões", apoiados e seguidores presos por invadir a sede dos três Poderes no dia 8 de janeiro do ano passado 

Ele disse que a intenção dele na manifestação é buscar a pacificação do pais e chamou de "pobres" e "coitados" os presos pelo ato golpistas organizados antes e perpetrados depois da eleições de 2022, para impedir qur o presidente Lula,  eleito legitimamente pelo povo brasileiro, assumisse o governo. 

O ex-presidente negou que tenha particiado do planejamento de um golpe de estado no Brasil, apesar de um vídeo de uma reunião dele com ministros e outros auxiliares mostrar o contrário. Também negou que tenha preparado documento para decretar estado de sítio e que essa decisão seria do Congresso Nacional.

Jair Bolsonaro,  como em outras oportunidades, jogou para auxiliares a culpa pelos crimes contra a democracia e o estado se direito, pelos quais está sendo investigado.

O ato bolsonarista na Avenida Paulista terminou por volta das 17 horas, mas os manifestantes e apoiadores de Bolsonaro começaram a chegar ao local do evento no final da manhã. 

Sempre usando o nome de Deus, Bolsonaro disse que seus seguidores precisam se conventrar nas eleições de 2024, eleger o maior número de vereadores e prefeitos e se prepararem para as eleições de 2026. Mas deixou incerteza ao dizer "que o futuro a Deus pertence".

Bolsonaro disse que não apoiou a destruição da sede dos três poderes da República,  em Brasília,  em 8 de janeiro de 2023 e afirmou que quem por "ventura" tenha quebrado e destruído patrimônio público que pague pelo que fez.

Seguidores e apoiadores de Bolsonaro em todo país ficaram um tanto decepcionados com o recuo do "mito". Eles esperavam um discurso mais duro e enfático do outrora "capitão valente e bravo", que partia pra cima de quem ousava contrariá-lo.

Para observadores políticos, o discurso do pastor evangélico bolsonarista Silas Malafaia foi mais duro e empolgante que o do ex-presidente. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também discursou e falou do legado de Bolsonaro como presidente da República. 

Medo de falar

Com o microfone extremamente controlado, deputados e senadores que foram ao ato na Paulista evitaram aparecer nas imagens e falar para a multidão que compareceu à manifestação. Todos os políticos presentes foram orientados a evitar ataques ao STF e ao TSE para não complicar ainda mais a situação de Bolsonaro perante a Justiça. 

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