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Bolsonaro manda jornalistas "calarem a boca"
O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) mandou uma jornalista da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo no Vale do Paraíba (SP), e outra da CNN calarem a boca. Questionado sobre não utilizar máscaras de proteção contra a covid-19, Bolsonaro manda a repórter da TV Vanguarda se calar enquanto ele fala e fez o mesmo com a outra profissional que o questionava. O fato aconteceu nesta segunda-feira, 21, durante visita à cidade de Guratinguetá, interior paulista.
Pelo fato, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) divulgou uma nota onde chama o presidente de “descontrolado, perturbado, louco, exaltado, irritadiço” entre outros adjetivos semelhantes e que remetem a agressividade como ele tratou as profissionais de imprensa.
A nota diz ainda que “Diante desse quadro, com a autoridade de seus 113 anos de luta pela democracia, a ABI reitera sua posição a favor do impeachment do presidente. E reafirma que, decididamente, ele não tem condições de governar o Brasil. Outra solução – até melhor, porque mais rápida - seria que ele se retirasse voluntariamente.
Então, renuncie, presidente!”
Confira a nota na íntegra:
Nota oficial da Associação Brasileira de Imprensa
Renuncie, presidente!
Descontrolado, perturbado, louco, exaltado, irritadiço, irascível, amalucado, alucinado, desvairado, enlouquecido, tresloucado. Qualquer uma destas expressões poderia ser usada para classificar o comportamento do presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, insultando jornalistas da TV Globo e da CNN.
Com seu destempero, Bolsonaro mostrou ter sentido profundamente o golpe representado pelas manifestações do último sábado. Elas desnudaram o crescente isolamento de seu governo.
Que o presidente nunca apreciou uma imprensa livre e crítica, é mais do que sabido. Mas, a cada dia, ele vai subindo o tom perigosamente. Pouco falta para que agrida fisicamente algum jornalista.
Seu comportamento chega a enfraquecer o movimento antimanicomial – movimento progressista e com conteúdo profundamente humanitário. Já há quem se pergunte como um cidadão com tamanho desequilíbrio pode andar por aí pelas ruas.
Mas a situação é ainda mais grave: esse cidadão é presidente de um país com a importância do Brasil.
Diante da rejeição crescente a seu governo, Bolsonaro prepara uma saída autoritária e, mesmo a um ano e meio da eleição, tenta desacreditar o sistema eleitoral. Seu objetivo é acumular forças para a não aceitação de um revés em outubro de 2022.
É preciso que os democratas estejam alertas e mobilizados.
Diante desse quadro, com a autoridade de seus 113 anos de luta pela democracia, a ABI reitera sua posição a favor do impeachment do presidente. E reafirma que, decididamente, ele não tem condições de governar o Brasil.
Outra solução – até melhor, porque mais rápida - seria que ele se retirasse voluntariamente.
Então, renuncie, presidente!
Paulo Jeronimo
Presidente da ABI
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Cintia Lucas
Cintia Lucas é jornalista formada pela Universidade Federal do Piauí e mestra em Comunicação pela mesma instituição. A coluna vai abordar os bastidores da notícia, com foco em temas de interesse público.
Contato: cintialuc1@hotmail.com