
A grande maioria dos garçons - e de outras categorias de empregados que trabalham atendendo ao publicos em shoppings, bares, restanrantes de Teresina - não tem Carteira de Trabalho assinada, sobrevive do que ganha de gorjeta dos clientes e nunca tinha parado para reinvindicar seu direitos - e nem a Justiça do Trabalho se importa em fazer valer.
Muitos dos que têm carteira assinada não recebem o salário que consta no registro do contrato de trabalho. É só fachada. para mostrar para os fiscais quando eles aparecem... quando aparecem. Esses homens e mulheres, trabalhadores, vivem à margem da sociedade, na clandestinidade, não existem legalmente. Ou não existiam, até hoje.
Como o portal piauhoje.com adiantou ontem, empregados dos mais de 1.500 estabelecimentos comerciais e de serviços - hotéis, motéis, bares, restaurantes, churrascarias e cinemas - de Teresina entraram em greve na manhã desta sexta-feira (23) reivindicando melhores salários e condições de trabalho.
Os manifestantes se reuniram bem cedo, na Praça João Luís Ferreira, e de lá saíram em passeata, percorrendo ruas do Centro Comercial da capital, com faixas e cartazes, nessa que foi a primeira paralisação da categoria, que cobra um reajuste de 10% do piso da categoria, além do pagamento integral do salário com o repasse dos 10% da gorjeta cobrados dos clientes, além de vale-refeição de R$ 12,20.
“A gente está em negociação desde novembro, já nos reunimos duas vezes. Pedimos o repasse integral dos 10% cobrados, o piso da categoria e 10% de reajuste. Os empregadores só querem dar 4,5% de reajuste”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Hoteleiro e Gastronômico (Sintshogastro-PI), Udelcir Coelho, que coordena a greve.
O sindicato reúne 5 mil trabalhadores. “Queremos alertar para a população não ir a restaurantes hoje, porque estamos em greve e os ânimos podem se alterar. Amanhã também, é melhor passar o Natal em casa com a família”.
