A Fibrilação Atrial é uma das arritmias cardíacas mais prevalentes, caracterizada pelo ritmo de batimento rápido e irregular dos átrios (câmaras superiores do coração), que afeta 2,5% da população mundial (aproximadamente 175 milhões de pessoas), sendo que 10% desse total pertence ao grupo acima dos 75 anos de idade. O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, é umas das consequências da Fibrilação Atrial.
Um estudo do European Society of Cardiology apontou que a hipertensão pode ser consequência de uma hipertrofia ventricular esquerda do coração, causando alterações morfológicas e funcionais, que pode resultar em complicações, como isquemia miocárdica, isquemia ventricular esquerda, disfunção e instabilidade eléctrica nas funções cardíacas. O estudo destaca ainda que a Fibrilação Atrial é uma das mais frequentes arritmias supraventriculares em pacientes hipertensos. “É preciso implementar uma política de conscientização para a prevenção da hipertensão, o que ajudaria a diminuir casos de doenças cardiovasculares, inclusive de arritmias cardíacas”, diz Valdigem.
O médico explica a importância da realização de um eletrocardiograma para detectar o ritmo subjacente de arritmias supraventriculares como ventriculares, já que é um exame que consegue revelar os ritmos que não se manifestam claramente no diagnóstico e exames clínicos. “A presença e a complexidade, tanto de arritmias supraventriculares como ventriculares, resultaram em casos de morbidade, mortalidade e queda na qualidade de vida de pacientes hipertensos, por isso, a prevenção é extremamente importante”, complementa Dr. Bruno Valdigem.
Sobre Hipertensão Arterial:
Hipertensão ou pressão alta é um importante problema de saúde pública devido à sua alta prevalência e complicações, sendo caracterizado pelo aumento da pressão do sangue contra a parede das artérias. A doença não tem cura, mas pode ser tratada, evitando complicações.
A hipertensão é uma doença silenciosa, que geralmente não apresenta nenhum sintoma, mas o paciente deve ficar atento aos sinais, como dor de cabeça e/ou dor na nuca, zumbido no ouvido, sangramento no nariz, dor no peito, fraqueza e tontura e visão embaçada.
Os principais fatores de risco para a hipertensão arterial são obesidade, fumo, estresse, diabetes, consumo de bebidas alcoólicas, colesterol alto, gravidez, má alimentação e consumo exagerado de sal. Para prevenir e controlar a pressão alta é preciso manter o peso ideal, praticar atividades físicas, ter hábitos saudáveis e verificar a pressão pelo menos uma vez ao ano. “Quem já é hipertenso precisa manter a pressão sob controle e realizar exames periódicos com um cardiologista. A doença não tem cura, mas pode e deve ser tratada para que não ocorram complicações”, alerta Valdigem, doutor em cardiologia pela UNIFESP.
Sobre Arritmias Cardíacas:
As arritmias cardíacas são alterações no ritmo cardíaco que na maioria das vezes acontecem de forma inesperada. Na maioria das pessoas os batimentos cardíacos giram em torno de 60 a 80 por minuto, com variações nas situações de repouso ou esforço físico. Alterações nesse funcionamento podem fazer com que o coração bata em ritmo acelerado (taquicardia) ou lento demais (bradicardia). Elas podem originar na parte superior (átrios ou supraventriculares) ou inferior do coração (ventrículos). Dentre as arritmias supraventriculares destacam-se as extra-sístoles atriais; taquicardia atrial, flutter e fibrilação atrial. Muitas arritmias cardíacas são benignas e não causam sintomas, porém outras podem provocar sensação de palpitações, desmaios e risco de morte.