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Meu primeiro dia de aula no Dom Barreto


Sede do Instituto Dom Barreto, no Centro de Teresina

Sede do Instituto Dom Barreto, no Centro de Teresina Foto: Arquivo/Dom Barreto

O dia 15 de março no Brasil é data consagrada à escola. Feliz a coincidência de ter sido ontem a data que guardo com frescor e carinho em minha memória. Foi em um 15 de março, 50 anos atrás, em 1973, que iniciei minha vida escolar, com aulas no então Patronato Dom Barreto, agora Instituto Dom Barreto, escola com a marca registrada do grande educador Marcílio Rangel.  

Essa memória afetiva nunca se apagará em mim. Um primeiro dia de aula com meus pais, Berilo e Elizalva, preparando meu material escolar, que incluía cadernos da Fename, tesoura, um livro básico de alfabetização incluindo uma tabela do “abc”, postos em uma bolsa que se punha nas costas – não como mas mochilas atuais. Tempos em que se ia para a escola caminhando, com os pais. 

No dia 15 de março de 1973, lembro-me bem, havia uma neblina forte, enquanto eu caminhava com meus pais pela rua Gabriel Ferreira, onde ficava a Clínica Batista, que atendida indígenas tipicamente trajados e isso nunca mais me saiu da cabeça. Curioso que lembre desses detalhes, mas não dos conteúdos passados em aula, porque a experiência do primeiro dia da escola marca mais que o sabe que lá iremos buscar. O lúdico era mais importante.  A escola tinha espaços agradáveis, uma piscina, uma sala de bonecas para as meninas e de carrinhos para os meninos. Tudo isso sem falar nos colegas de aula que se transformaram em amigos da vida inteira, cujos nomes, infelizmente, este espaço não comporta para citação. 

Se não lembro dos conteúdos iniciais em um primeiro dia de aula e nos dias que se seguiram, recordo que tive como primeiras professoras no Patronato Dom Barreto duas freiras, as Imãs Teodomira e Ruth, ante o fato de ser a escola de caráter confessional. Sua capela no espaço escolar era um marco físico e bonito dessa orientação católica da instituição. Olhar a capela em meu dia inicial de aula, aliás, é outra recordação que está viva demais em minha memória.
Assim, naquele dia 15 de março de 1973, comecei uma relação duradoura com o Dom Barreto, onde fiz dois anos de pré-escola, entre o jardim de infância e alfabetização; os quatro anos do ciclo inicial do ensino fundamental, que a gente chamava de primário, sendo a minha turma a primeira a fazer o ginasial – segundo ciclo do ensino fundamental – abrindo caminhos para que o então Patronato Dom Barreto se expandisse para a oferta de ensino médio – na época o chamado segundo grau. 

O colégio em que estudei estava em uma cidade viva hoje somente nas memórias dos experimentaram as emoções de um dia inaugural de aula, em março – e não em fevereiro como agora, por exigência legal – em uma escola que se consolidou como um centro gerador de pessoas de bem, focadas em transformar as suas vidas e vida de nossa comunidade. 

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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.
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