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Generosidade, uma virtude essencial

A generosidade é virtude cultuada pelos séculos, ensinada como um valor humano essencial, sobretudo em textos considerados sagrados, como a Torá e o Talmude, no Judaísmo

Álvaro Mota

Quinta - 23/12/2021 às 17:45



Foto: Divulgação Generosidade
Generosidade

Uma qualidade que podemos e devemos cultivar em nós é a generosidade. Há muitas e variadas razões para agirmos assim, mas talvez a mais importante delas é um ensinamento simples segundo o qual da vida a gente só leva a vida que leva. Então, a ideia de acumulação pessoal não pode se sobrepor à perspectiva de sempre que pudermos, agir para auxiliar nosso semelhante.

A generosidade é virtude cultuada pelos séculos, ensinada como um valor humano essencial, sobretudo em textos considerados sagrados, como a Torá e o Talmude, no Judaísmo, o Corão, e na Bíblia Cristã, que em sua primeira parte (Velho Testamento) é tributária da sabedoria judaica.

Praticar a bondade, a generosidade, a ética e a responsabilidade coletiva, segundo os textos sagrados da Torá, se constitui em parte integral dos mandamentos de Deus ao povo de Israel. Ser generoso, assim, é uma forma de servir a Deus e fazer-se merecedor da santidade nas quais as pessoas devem viver e morrer.

No Islã, o Corão menciona que o Profeta Maomé tinha entre suas muitas virtudes a generosidade. A tradição muçulmana ensina que o Profeta, diante de uma pessoa avarenta aconselhava: “O crente não é aquele que come quando seu vizinho está com fome”.

O Cristianismo, a fé que professamos no Brasil, também se guia pela generosidade como um princípio fundamental a nos aproximar de Deus, a nos fazer melhores pela doação constante, pela disposição de ajudar quem mais carece. Em um texto comum a cristãos e judeus, no livro dos Provérbios de Salomão, lê-se que aqueles que doam generosamente veem aumentar as suas riquezas, enquanto os que retém o que deveriam dar caem na pobreza.

Parece impróprio, sob o ponto de vista da acumulação, que fique mais rico o que doa e mais pobre o avarento. Porém, tomemos no texto a ideia, também presente no Islã, de que a riqueza que mais importa é de espírito. É o conjunto de virtudes que guia as pessoas a uma condição espiritual mais elevada e, portanto, mais próxima de Deus.

Nos dias atuais, quando se celebra o Natal, devemos lembrar da generosidade mais ainda – porque pela tradição cristã o nascimento de Cristo é o início de uma história de generosidade absoluta, de um homem cuja vida se dá em sacrifício para a salvação de seus semelhantes.

Álvaro Fernando da Rocha Mota é advogado. Procurador do Estado. Ex-Presidente da OAB-PI. Mestre em Direito pela UFPE. Doutorando em Direito pela PUC-SP. Presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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