A professora Fides Angélica de Castro Veloso Mendes Ommati foi escolhida semana passada para ser a Presidente da Academia Piauiense de Letras. Em se tratando desta gigante das letras e do conhecimento jurídico em nosso Estado, trata-se de uma rotina de quebra de paradigmas e de estabelecimento de pioneirismo.
Torna-se ela a primeira mulher a presidir a Academia, nascida em 1917 em um ambiente no qual a produção literária feminina no Brasil e, evidentemente também no Piauí, se não era inexistente fazia-se silenciada pelas conjunturas daqueles tempos.
Por esforço pessoal, persistência, inteligência, capacidade de articulação e resiliência, Fides Angélica foi-se firmando em um universo onde era inexpressiva a presença feminina, o mundo jurídico, os saberes literários, o trabalho no serviço público. Fez-se por suas iniciativas pioneiras como a primeira mulher a presidir a OAB Piauí, sendo a segunda no país a liderar a Advocacia em seu Estado.
Na liderança da categoria, foi a responsável por iniciativas como a Escola Superior da Advocacia, sendo também pioneira nos esforços de fundação da Academia Piauiense de Letras Jurídicas, entidade que se assenta muito sobre o trabalho de uma escritora que produziu obras como o Manual Elementar de Direito Previdenciário e o recente Presença do Tempo (2018), um romance.
Sua ampla capacidade de compreender o Direito e de ensiná-lo a muitas gerações de estudantes que depois seguiram diferentes rumos nas carreiras jurídicas faz de Fides Angélica uma pessoa para além de especial – uma professora, a mestra de advogadas e advogados que agora a veem alçada à condição de presidente da Academia Piauiense de Letras.
Estar na liderança de uma entidade literária centenária e respeitada é certamente um destino adequado para a professora Fides Angélica. Faço tal afirmação porque desde muito cedo sei dela como uma mulher muito capaz e competente. Cresci ouvindo de meu pai, Berilo Mota, elogios à professora Fides, prima dele. O tempo, senhor da razão, me fez permear junto dela muitos caminhos na OAB, na Advocacia Pública, em aulas e ações em favor das prerrogativas dos advogados. Tudo isso só confirmou aquilo que meu pai e muitos tantos diziam de positivo sobre Fides Angélica, professora, jurista, escritora, uma grande piauiense.
Álvaro Mota
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