Filosofia de Vida

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Novo estudo aponta que consumo exagerado de álcool inflama o cérebro

Neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela explica como ocorre o processo e como preveni-lo

Fabiano de Abreu

Quinta - 11/01/2024 às 13:08



Foto: Bhaz Alcoólicos Anônimos
Alcoólicos Anônimos



Pedir uma “gelada” faz parte do dia a dia dos brasileiros, seja em aniversários, casamentos, churrascos, ou diversos outros eventos, o álcool é um dos principais protagonistas, de acordo com dados da Vigitel 2021, 18,3% dos brasileiros consomem álcool de forma abusiva.

Esses excessos em relação ao álcool podem causar não só danos com a duração de uma ressaca, mas também danos permanente em diversos órgãos do corpo, incluindo o cérebro, é o que indica um novo estudo, publicado na revista Brain, Behavior, and Immunity, o consumo abusivo de álcool está relacionado a inflamações cerebrais.

O estudo detalhou como pessoas que possuíam transtorno por uso de álcool, apresentam mudanças no cérebro e alterações de comportamento, de acordo com os cientistas responsáveis pela pesquisa, a dependência de álcool aumenta a sinalização imunológica interleucina da molécula 1β (IL-1β), o que causa uma inflamação na região cérebro envolvida na tomada de decisões e um grupo de dependentes também apresentavam duas vezes mais IL-1β que o normal na região do córtex pré-frontal medial, responsável pela tomada de decisão, ansiedade, interpretação facial e inibição motora.

O estudo também revelou que os níveis de IL-1β ativaram uma sinalização pró-inflamatória que aumentou os índices do ácido gama-aminobutírico (GABA), neurotransmissor responsável por inibir determinados sinais e reduzir a atividade do Sistema Nervoso Central, o que pode contribuir para as alterações na atividade cerebral, além disso, se demonstrou que, mesmo em períodos de abstinência, as sinalizações da molécula IL-1β se mantiveram.

De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o estudo reforça os perigos do excesso de álcool ao cérebro, o que pode contribuir não só para a dependência, como também para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

“Diversos estudos já indicam os perigos do abuso de álcool ao cérebro, como risco aumentado de demências, essa pesquisa ajuda a entender melhor esse processo e as substâncias envolvidas nele, o que pode ajudar a tornar o tratamento mais assertivo”.

“Esse tipo de inflamação cerebral, causada pelo vício em álcool, e a redução da atividade cerebral podem ser fatores de risco para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e outras demências, como podemos notar em diversos casos”. Explica

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Fabiano de Abreu

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências; Mestre em Psicologia; Mestre em Psicanálise com formações em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filósofo, Jornalista, Especialização em Programação em Python, Inteligência Artificial e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latinoamericanos; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Professor e investigador cientista na Universidad Santander de México, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da FENS, Federação Européia de Neurociências; Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.

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