Filosofia de Vida

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FILOSOFIA DE VIDA

Empatia excessiva: um reflexo da falta de atenção na infância?

A consequência desse ciclo é que, mesmo cercados de pessoas, os indivíduos em questão podem sentir-se invisíveis

Fabiano de Abreu

Quarta - 15/01/2025 às 14:32



Foto: Canva Imagem ilustrativa/Criança constrangida
Imagem ilustrativa/Criança constrangida

Especialista em Neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Explica Como a Ausência de Atenção Pode Moldar Comportamentos Adultos

A empatia é uma das qualidades mais valorizadas na sociedade, mas quando levada ao extremo, pode ser uma indicação de problemas mais profundos. Segundo o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós-PhD em Neurociências e especialista em comportamento humano e inteligência, membro da SfN - Society for Neuroscience nos Estados Unidos, a raiz de uma empatia excessiva pode estar vinculada à falta de atenção recebida na infância.

"A falta de atenção na infância pode ser um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento da empatia excessiva", explica o Dr. Agrela.

Ele detalha que, em tais casos, a pessoa pode buscar validação externa através da dedicação aos outros, o que pode levar a uma dificuldade em priorizar suas próprias necessidades. Essa busca por validação não é apenas uma questão de querer ser notado, mas um mecanismo de sobrevivência emocional.

"Nesses indivíduos, a dedicação aos outros se torna uma forma de obter a atenção que lhes faltou, gerando, no entanto, uma dinâmica de dependência", ele acrescenta.

O especialista observa que essa dinâmica pode criar uma condição onde a pessoa tem dificuldade em pedir e receber ajuda, mesmo quando a família ou amigos estão dispostos a oferecer suporte.

"Essa dificuldade pode estar relacionada a fatores como baixa autoestima e medo da rejeição, perpetuando um ciclo de sofrimento", afirma.

A consequência desse ciclo é que, mesmo cercados de pessoas, os indivíduos em questão podem sentir-se invisíveis, continuando a procurar validação através da ajuda aos outros, sem nunca realmente atender às suas próprias necessidades.
"É um paradoxo onde a ajuda que oferecem aos outros não é refletida na ajuda que recebem ou mesmo na que se permitem receber", conclui o Dr. Agrela.

Entender esses padrões comportamentais pode ser crucial para a saúde mental de muitos. O Dr. Agrela sugere que a intervenção precoce, incluindo terapia e apoio familiar, pode ajudar a quebrar esse ciclo. "É importante reconhecer quando a empatia deixa de ser um ato de generosidade para se tornar um grito silencioso por atenção e cuidado", finaliza.

Fabiano de Abreu

Fabiano de Abreu

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências; Mestre em Psicologia; Mestre em Psicanálise com formações em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filósofo, Jornalista, Especialização em Programação em Python, Inteligência Artificial e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latinoamericanos; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Professor e investigador cientista na Universidad Santander de México, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da FENS, Federação Européia de Neurociências; Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.
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