Paulo Freire: educador do mundo

Por Deusval Lacerda de Moraes

Desrespeitar o educador pernambucano Paulo Freire é desrespeitar o saber, a inteligência, o conhecimento, enfim, a genialidade. Não há um único brasileiro que desrespeita Paulo Freire que tenha alcançado a sua grandiosidade, e, pior ainda, que tenha a sua magnitude na Educação. Não existe nenhum, na atualidade, cuja obra é estudada com tanto afinco, fervor e amor, como é feito com o legado educacional de Paulo Freire. Para se ter ideia, ele é hoje pesquisado, discutido é ensinado nas 20 melhores universidades do planeta, como referência em Educação e Humanidades. Como, por exemplo: Standard University, Johns Hopkins University, University Oxford, University of Cambridge, Massachusetts Institute of Tecnology, Harvard University, Princeton University, Yale University, Imperial College London, University of Chicago, ETH Zurich, UCL, University of Pennsylvania, University of Califórnia (Berkeley), Columbia University, University (Los Angeles), Duke University, Cornell University, University of Michigan California Institute of Technology.

No momento estou lendo o livro do jornalista pernambucano Aluízio Falcão Pernambucanos Imortais e Mortais - Trinta perfis e outras palavras, presenteado pelo amigo pernambucano Lucas Noia, em que é abordado o perfil Paulo Freire: Ele reinventou a educação no Brasil. Aluízio Falcão afirma que o conheceu no Movimento de Cultura Popular (MCP), no Recife, no fim da década de 1950. E diz: “Paulo Freire, ao contrário do que supõe a maioria dos brasileiros, jamais se declarou um alfabetizador de adultos. O que ele sempre quis, e conseguiu com grande mérito, foi ser uma pensador da educação.

Em todos os seus livros, outros escritos e diversas palestras ou entrevistas, defendeu um modelo de educação que levasse o educando a entender o universo ao redor, ganhar consciência crítica e discernir valores”. Exilado na Ditadura Militar, foi colaborador educacional do governo chileno do democrata-cristão Eduardo Frei. Em seguida, foi professor da Universidade Harvard, em Boston, Estados Unidos e, depois, consultor do Conselho Mundial da Igrejas (CMI), em Genéve, Suíça. De volta ao Brasil, foi professor da PUC-SP, da Unicamp e secretário de educação da cidade de São Paulo. Como se pode ver, desrespeitar Paulo Freire é um misto de desconhecimento de causa com o ranço contra um simples nordestino que galgou projeção internacional fazendo o bem e sem ofender absolutamente ninguém, porque seu campo de atuação sempre foi o das ideias.