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Cerco a Sergio Moro


Sérgio Moro

Sérgio Moro Foto: © Isaac Amorim/MJSP

Graças a Deus, Sergio Moro não é mais juiz. Pois, assim, evita a truculência processual-judicial daqueles que eventualmente estivessem sob suas garras. Pois ele simplesmente confunde o relevante e nobilitante papel do magistrado na sociedade com o inquisidor medieval do Santo Ofício, onde imperava crueldade desbragada contra humanos indefesos. Esta percepção de palmatória do mundo sem a devida análise minuciosa das normas, dos fatos e das provas que configuram a culpabilidade é artifício para leigos e não para quem se investe na toga da magistratura. 

É, na verdade, a negação mais elementar da atribuição do julgador, confundir o imparcial veredito judicial com a vindita privada camuflada no processo criminal-judiciário. Pois com base nessa deturpação, foi que 30 (trinta) juízes federais, envergonhados da impostura do lava-jatista, protocolaram na Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE) representação para que Moro seja excluído da entidade por “interação heterodoxa” com procuradores da Lava Jato, conforme o The Intercept Brasil, visando a condenação e prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Segundo seus ex-colegas de toga, as condutas expostas do inquisidor, caso confirmadas, são fatalmente contrárias aos princípios éticos e às regras jurídicas que devem reger a atuação do magistrado, pois quando um juiz age de forma parcial chegando ao ponto de imiscuir a sua judicância com o órgão acusador, a credibilidade do Poder Judiciário vai para as cucuias. A AJUFE tem por objetivos pugnar pelo fortalecimento do Judiciário e de seus integrantes, pelo aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito e pela observância dos direitos humanos. Dessa forma, a AJUFE não pode ser utilizada para tentar influenciar a opinião pública em relação a algum processo, mas defender o mérito das ações judiciais. 

Assim, os juízes requereram a abertura do processo administrativo disciplinar em desfavor e para a exclusão do sócio benemérito Sergio Fernando Moro, cuja concessão foi aprovada na reunião da diretoria da entidade realizada em Buenos Aires, Argentina, no dia 22/10/2018. Vai ver que a distinção também ajudou o tal juiz a chegar no Ministério da Justiça do Brasil. É assim que homens e mulheres de bem agem na vida pública!

Fonte: Deusval Lacerda

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Deusval Lacerda

Deusval Lacerda

Deusval Lacerda é natural de São João do Piauí. É economista e advogado.
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