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Moro começa pagar seus crimes; Bolsonaro o chama de chantagista, mentiroso e omisso

Ex-juiz sai do governo "atirando" contra o presidente e recebe resposta desmoralizante em rede nacional de TV

Por Luiz Brandão

Sexta - 24/04/2020 às 19:57



Foto: Revista Fórum Sérgio Moro e Jair Bolsonaro são do mesmo time
Sérgio Moro e Jair Bolsonaro são do mesmo time

O ex todo-poderoso juiz Sérgio Moro já caiu tarde do Ministério da Justiça. Ele e seu agora ex-chefe não são dignos dos cargos que exerceram ou exercem. Moro, como o "Mito", é um tipo de pessoa muito ambiciosa, egocêntrica e oportunista. Politicamente é um fascista e reacionário, igual aos seus antepassados, parceiros e o ex-chefe.

Não foi só a demissão do chefe da Polícia Federal que fez Moro sair do governo. Esse foi o motivo que achou para justificar sua queda e continuar posando de herói. No embate com Bolsonaro, ele ficou decepcionado ao saber que não tinha mais a garantia de ser indicado ministro do Supremo Tribunal Federal - STF. Isso teria sido a gota d'água.

Morou também teria antecipado sua saída porque já prevê que será derrotado no STF, no processo que ex-presidente Lula move, pedindo a suspeição dele no caso da condenação do petista no processo do Triplex, o que, se confirmado, será a desmoralização total do ex-juiz. Se Moro perder, o processo contra Lula será anulado.

Por outro lado, se as palavras de Jair Bolsonaro, no pronunciamento desta sexta-feira (24) à tarde, forem verdadeiras, Moro terá mais problemas e pode até ser preso com base na Lei de Segurança Nacional (LSN), a mesma que ele quis usar para calar o ex-presidente Lula da Silva, do PT.

Conforme as declarações do presidente, Moro teria feito chantagem contra ele para conseguir a indicação para o STF e cometido crimes no comando do Ministério da Justiça (MJ). 

Pelo que se ouviu do capitão, o crime mais brando do ex-juiz teria sido o de omissão, incluindo aí o caso das investigações da morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Moura, no Rio de Janeiro.

Serviço sujo e omissão

Comenta-se nos corredores de Brasília que o agora ex-ministro Sérgio Moro prestou "serviço" para barrar investigações e processos contra os filhos do capitão. O então ministro teria levado a Bolsonaro cópias de inquéritos e processo contra seus filhos. Mas isso ainda carece de provas.

Ao rebater as acusações do seu ex-ministro, pelo menos uma coisa Bolsonaro falou de Moro com razão: a omissão. O ex- ministro da Justiça e Segurança Pública realmente foi omisso sobre muitos crimes ocorridos no Brasil em um ano e três meses do governo bolsonarista.

O ex-ministro, por exemplo, não deu a mínima importância a investigações de ataques de fascistas e neo-nazistas violentos contra pessoas que não concordam com o governo, com os milicianos e bandidos da direita em todo o país. A violência por questões políticas nunca foi tão grande quanto agora. E os criminosos estão impunes.

O paranaense também foi muito omisso em relação a crimes ambientais e aos assassinatos em série de indígenas, e de líderes camponeses e de trabalhadores rurais. A maioria desses crimes foi praticada por pistoleiros a mando de fazendeiros, grileiros e garimpeiros.

Mas não se poderia esperar mesmo muito de um ex-juiz que descobriu na chamada Operação Lava Jato, com apoio da mídia familiar (à frente a Globo), um meio de subir na vida usando o cargo público. Para tanto se submeteu a perseguir a quem seus chefes consideravam inimigos ou adversários políticos.

Na sua atuação na Lava Jato, Moro também demonstrou conhecimento mediano na sua área. Sem erudição nenhuma, proferiu sentenças cheias de erros gramaticais e, o pior, sem provas. Tudo para agradar seus "patrões ocultos".

Em acordos espúrios com seus grupos, Moro perseguiu ilegalmente políticos e partidos de esquerdas, notadamente o PT e seu maior líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lawfare

Sob o poder da toga, Sérgio Moro vazou informações sigilosas contra seus alvos. Fez caçada insana, ilegal e à base de mentiras e de  depoimentos forçados para condenar Lula à prisão e, assim, impedir que concorresse à Presidência em 2018. O petista liderava todas as pesquisa eleitorais.

Moro teria "forçado" o procurador Deltran Dallagnol a denúnciar o ex-presidente no caso do Triplex do Guarujá, mesmo que um dia antes da apresentação do famoso PowerPoint, Dallagnol tenha reconhecido falta de provas. Porém, para cumprir o que havia combinado com o juiz, apresentou a denúncia.

Esses e vários outros crimes cometidos por Moro, Dallagnol e seus comparsas foram revelados no vazamentos de diálogos do ex-juiz com procuradores e investigadores, publicados pelo The Intercept Brasil, numa série se reportagem que desmoralizaram esses donos da Lava Jato.

Mas a revelação dos crimes dos lavajateiros não deu em nada. Nem Moro, nem Dallagnol e muito menos desembargadores do TRF-4, que acobertaram o juiz e os procuradores, sofreram qualquer punição dos tribunais superiores.

O agora ex-ministro e seus parceiros no Judiciário, no Ministério Público Federal e na mídia submeteram, escandalosamente, Lula e o PT, a um grande Lawfare - o uso indevido dos recursos jurídicos para fins de perseguição política. Fizeram várias mentiras contra o ex-presidente e muitos de seus companheiros parecer verdades.

Num Lawfare, a lei é utilizada como uma espécie de “arma de guerra”, o que permite o uso de um instrumento jurídico com afeição política. Na verdade, são crimes cometidos por agentes da lei e do estado. E foi o que Moro fez contra Lula, dezenas de outros políticos e empresários.

Moro se aproveitou de uma "comoção" que ele e a mídia criaram para impor medo e perseguição, com escutas telefônicas ilegais em celas de presos e em escritórios de advogados; promoveu vazamentos seletivos de informações sigilosas para atacar, pressionar e constranger investigados e alvos da "Lei Moro".

Moro se faz de vítima novamente

Empresas quebradas e desemprego

É oportuno lembrar que, no campo econômico e financeiro, Sérgio Moro e seus parceiros da chamada República de Curitiba, entre eles o procurador da República Deltran Dallagnol, tiraram proveito ao montar uma verdadeira fábrica de palestras pagas por "amigos" da Lava Jato.

Também enriqueceram bancas de advogados amigos com informações privilegiadas. Clientes desses profissionais pagaram caro para ter essas informamaçoes, mas principalmente para ter a certeza de imunidade nos inquéritos dirigidos da Polícia Federal e nos processos da 13ª Vara Federal de Curitiba, como denunciou o advogado Tacla Duran. 

Ainda na esfera financeira, não custar lembrar, Moro viu como normal a iniciativa da criação do que seria uma fundação bilionária, gestada pelo não menos fascista, egocêntrico e oportunista Detran Dallagnol e seus comandados na Força Tarefa da Lava Jato e com o suspeito objetivo de "combater a corrupção".

Era uma fundação que receberia R$ 2,5 bilhões da Petrobras como pagamento de indenização da companhia a credores americanos que venceram causas na Justiça contra a petrolífera brasileira, uma das maiores do mundo.

A fundação foi questionada e o Supremo Tribunal Federal derrotou Moro e seu bando ao impedir que o dinheiro da Petrobras bancasse a entidade de Dallagnol. Sem a grana que sairia da Petrobras, nunca mais se ouviu falar na tal fundação, que era cheia de "boas intenções", como as que o Inferno está cheio.

Não se pode esquecer que a ação desastrosa de Moro na Lava Jato quebrou as maiores empresas do Brasil na área da engenharia e da construção civil, gerando uma crise sem precedentes e uma das maiores ondas de desemprego já registrada em toda a história do Brasil.

Pelo demonstrado até agora, Sérgio Moro é um oportunista. Ganhou de presente o cargo de ministro por ter tirado do páreo o principal adversário do governo que foi continuado com a eleição de Jair Bolsonaro.

Agora, quando vê o presidente e amigo no limbo, no fundo do poço, precisando de apoio, age como covarde e aproveita o momento para cair fora e abandonar o barco de um governo que está prestes a afundar.

Moro não teve nem a hombridade de ir ao Palácio do Planalto e pedir demissão. O fez, como sempre, através da velha mídia. E mais uma vez aparece tirando onda de herói. 

A bem da averdade, Sérgio Moro e Jair Bolsonaro se merecem.

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Luiz Brandão

Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.

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