Se não for estancada, a dívida da Prefeitura Municipal de Teresina - PMT, pode passar dos R$ 300 milhões em 2024, ano eleitoral. A projeção é de técnicos da própria PMT. Atualmente, a arrecadação mensal do municipio está em torno de R$ 150 milhões.
Por causa dessa situação, entidades ligadas aos servidores municipais já iniciaram a busca de apoio de vereadores da oposição para pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI, para investigar as causas e saber os responsáveis por essa dívida - a CPI da Dívida da PMT.
Os servidores temem que essa dívida da PMT venha ocasionar até atraso dos salários. Dados do Tesouro municipal revelam que a PMT vive no fio da navalha. Mais de 80% da arrecadação do município são para custeio e para pagar a folha de pessoal.
Por conta da escassez e da má gestão de recursos, o município tem enfrentado dificuldades para pagar serviços básicos, como o de limpeza pública e manutenção de ruas e avenidas.
A cidade está totalmente esburacada e parece que a Prefeitura não tem um plano para administrar a capital piauiense. Líderes comunitários e servidores da PMT dizem que praticamente tudo é feito na base da improvisação.
Há pouco mais de 10 dias, as empresas que cuidam da limpeza pública pararam de recolher o lixo por dois dias, alegando atraso nos pagamentos. A paralisação deixou a cidade tomada por lixo e provocou também a greve dos garis, encerrada por acordo intermediado pelo Ministério Público do Trabalho.
Números oficiais
O secretário de Finanças da Prefeitura de Teresina, o auditor fiscal Admilson Brasil Lustosa, diz que a dívida atual da PMT é em torno de R$ 283 milhões. Segundo ele, a maior parte dessa dívida (R$ 253 milhões) foi herdada da gestão do saudoso prefeito Firmino filho, falecido há dois anos.
O secretário diz que está trabalhado muito para sanear as contas da PMT. "Não tenho tido tempo para nada, porque tem muito problema pra resolver. São dois anos de demanda represada. Todo mundo com problema, cobrando. Eu ainda estou pagando conta de 2021", afirma o secretário sem citar culpados.