
Em uma demonstração de união em defesa da economia nacional, os principais setores produtivos do Brasil alinharam-se ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para repudiar as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. A medida, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump, foi classificada como "injustificada" e "prejudicial"por entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Enquanto o país se mobiliza para proteger seus interesses comerciais, o clã Bolsonaro volta a ser alvo de críticas por sua postura "anti-Brasil". Após Jair Bolsonaro e seus aliados buscarem apoio de Trump para blindar sua impunidade em casos como os atos golpistas de 8 de janeiro, a retaliação comercial acabou atingindo diretamente os trabalhadores e empresários brasileiros.
"Complexo de Vira-Lata" em ação
Analistas apontam que a estratégia bolsonarista de "se vitimizar" internacionalmente e estimular conflitos diplomáticos reflete um "complexo de vira-lata" – termo cunhado por Nelson Rodrigues para descrever a autodepreciação exacerbada de quem menospreza o próprio país. Em vez de defender os interesses nacionais, os Bolsonaro e seus seguidores priorizam agendas pessoais, colocando em risco relações comerciais estratégicas.
Impacto bilionário e reação das entidades
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com um fluxo de US$ 40,3 bilhões em exportações em 2024. A tarifa de Trump pode desestabilizar setores como agronegócio, indústria e tecnologia, afetando empregos e investimentos.
CNA: A medida "não se justifica" e fere princípios de livre comércio, prejudicando ambos os países.
Ciesp: Trump age por "disputa ideológica", sem base em dados reais – os EUA têm superávit de US$ 256,9 bilhões nas relações com o Brasil.
Abinee: A taxação trará "impactos relevantes", especialmente em equipamentos elétricos, setor em expansão nos EUA.
As entidades defendem soluções diplomáticas, enquanto o governo Lula trabalha para reverter a medida. Já os Bolsonaro, ao incitar conflitos, assumem responsabilidade por danos à economia – mais um capítulo de sua trajetória de ataques às instituições e ao desenvolvimento nacional.
