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ARTIGO

A importância do controle de qualidade na indústria da cannabis medicinal

No Brasil, já é permitido a produção de medicamentos à base da planta, desde que o insumo seja importado

Redação

Domingo - 20/12/2020 às 07:37



Foto: Reprodução Plantação de maconha
Plantação de maconha

Gustavo de Lima Palhares, CEO da Ease Labs

Com aplicação para diversas doenças psiquiátricas, crônicas, inflamações e dor, a cannabis medicinal tem ganhado força em tratamentos por todo o mundo. Diante dos benefícios terapêuticos dos canabinóides (substâncias com propriedades medicinais da planta), a movimentação para suprir a demanda do mercado tem aumentado. E com isso, os riscos também.

Para garantir o acesso a produtos seguros e de qualidade é essencial adotar medidas e seguir padrões especiais, desde o processo de cultivo até a formulação. Apesar de importantes, esses critérios são raros no mercado de cannabis.

Nossa produção, atualmente, acontece nos Estados Unidos e Europa respeitando controles rigorosos de qualidade e segurança. Durante a etapa de cultivo da planta, é aplicado o uso de ciência e tecnologia para utilizar sementes rastreáveis – o que significa que é possível saber a origem do material. Como, por exemplo, a cepa que foi utilizada e as concentrações da substância e com genética específica, com perfil fotoquímico mapeado.

Além disso, há o controle de contágio e de contaminação cruzada, composição metabólica da planta definida e rastreada. Ambos os procedimentos auxiliam para obtenção de insumo de qualidade. O cultivo é feito sem o uso de pesticidas ou outras substâncias químicas que não são essenciais para o desenvolvimento e proteção das plantas.

Para confirmar que não está acontecendo contaminação de qualquer natureza no plantio, são realizados testes de monitoramento de contaminantes conforme padrões europeus, que são referências no mundo, análise do perfil fitoquímico mapeado, incluindo o de terpenos (substâncias produzidas naturalmente por vegetais) e perfil botânico definido. Os procedimentos garantem boas práticas de produção agrícola.

Os cuidados são mantidos durante a fase de extração que seguem o certificado internacional GMP (good manufacture practices) - boas práticas de fabricação, regras relativas à estabilidade em conformidade com o ICH (The International Council for Harmonisation of Technical Requirements for Pharmaceuticals for Human Use) e normas de qualidade ISO (International Standard Organisation).

A inspeção de qualidade continua após a extração e na finalização do produto, que passa por controle físico-químico, microbiológico, teste dos produtos e análise cromatográfica.

A padronização dos produtos à base de cannabis e a exatidão das substâncias contidas, garantem a segurança e qualidade dos produtos, o que é essencial para a população.

Quando o assunto é saúde é essencial saber a procedência de qualquer produto, para evitar correr riscos ou mesmo problemas. Especialmente quando se fala no bem-estar de pessoas que já convivem diariamente com doenças psiquiátricas e crônicas.

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