Saúde

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Teste é capaz de prever risco de queda de idosos 6 meses antes

Meta é fazer exame de equilíbrio e mobilidade em consulta, diz estudo

Da Redação

Quarta - 15/01/2025 às 08:39



Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil Idosos
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Cair de escadas, telhados, tropeçar nas ruas ou até cair da própria altura são acidentes comuns entre idosos e uma das principais causas de morte nessa faixa etária. Esses tipos de quedas são um grande problema de saúde pública, podendo causar desde ferimentos e fraturas até a redução da mobilidade ou até a morte.

Para prevenir essas quedas, é recomendado que os idosos façam testes de equilíbrio e mobilidade durante suas consultas médicas anuais. Esses testes geralmente consistem em o idoso tentar manter o equilíbrio por 10 segundos em algumas posições, como: com os pés paralelos (bipodal), um pé ligeiramente à frente do outro (semi-tandem), um pé diretamente à frente do outro (tandem) ou em uma posição de um pé só (unipodal).

No entanto, um estudo feito pelo Laboratório de Avaliação e Reabilitação do Equilíbrio (L.A.R.E.) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), e publicado recentemente na revista BMC Geriatrics, indicou que o tempo de 10 segundos pode ser insuficiente para detectar problemas de equilíbrio ou prever quedas futuras.

O estudo foi realizado entre 2015 e 2019 com 153 idosos, com idades entre 60 e 89 anos, de Ribeirão Preto e região. Os resultados sugerem que o teste de 10 segundos não é eficaz para identificar quedas, e que seria mais útil se o idoso conseguisse ficar por 30 segundos em duas das posições mais difíceis, como a unipodal e a tandem.

Os participantes foram acompanhados por seis meses e os pesquisadores dividiram o grupo entre os que sofreram quedas e os que não caíram. Os que caíram conseguiram ficar em média apenas 10,4 segundos na posição unipodal e 17,5 segundos na tandem, números abaixo dos que não caíram. Já os que não caíram mantiveram o equilíbrio por 17,2 segundos na unipodal e 24,8 segundos na tandem.

A pesquisadora Daniela Cristina Carvalho de Abreu, coordenadora do L.A.R.E., afirmou que os resultados do estudo mostram que o teste de equilíbrio proposto, com 30 segundos em duas posições, pode ser mais eficaz para prever quedas futuras e ajudar no rastreio do risco de quedas nos idosos. Ela também sugeriu que esse teste poderia ser facilmente incorporado na Atenção Básica, possibilitando a identificação de idosos em risco e a adoção de medidas preventivas adequadas.

O teste proposto é simples, pode ser realizado em espaços pequenos e não exige equipamentos especializados. Ele pode ser feito por qualquer profissional da saúde, o que facilita sua inclusão nos serviços de saúde voltados para os idosos. Além disso, a estratificação do risco de quedas (baixo, moderado ou alto) pode ajudar na escolha de ações preventivas para evitar acidentes e promover o envelhecimento saudável.

Vale destacar que, apesar de serem uma triagem útil, esses testes não substituem uma avaliação mais detalhada. Outras condições, como fraqueza muscular, comprometimento sensorial ou problemas articulares, também devem ser consideradas para entender as causas do desequilíbrio.

Fonte: Agência Brasil

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