Saúde

Inovações

SUS anuncia novos transplantes e tecnologias para agilizar doações e salvar vidas

Pacientes com falência intestinal e queimaduras estão entre os principais beneficiados pelas mudanças na política nacional

Segunda - 29/09/2025 às 10:18



Foto: Shannon Fagan/GettyImages Transplante de rim foi o mais realizado. A operação com doador vivo foi 10% superior ao projetado para o ano
Transplante de rim foi o mais realizado. A operação com doador vivo foi 10% superior ao projetado para o ano

O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer novos tipos de transplantes ainda este ano, incluindo os transplantes de intestino delgado e multivisceral, procedimentos até então indisponíveis na rede pública. A medida beneficiará principalmente pacientes com falência intestinal, que terão acesso a todo o tratamento, desde a reabilitação até o transplante e acompanhamento pós-cirúrgico. Inicialmente, cinco centros em São Paulo e Rio de Janeiro estarão habilitados para realizar esses procedimentos.

A nova política do SUS também incorpora uma série de avanços tecnológicos e clínicos destinados a agilizar procedimentos e melhorar os resultados para os pacientes. Uma das inovações é o uso da membrana amniótica, um tecido retirado da placenta após partos, que será utilizado de forma rotineira no tratamento de queimaduras, com benefícios especiais para crianças. Essa membrana acelera a cicatrização, reduz o risco de infecções e diminui a dor, com potencial para atender mais de 3,3 mil pessoas por ano.

Para tornar todo o processo de transplante mais rápido e seguro, a política estabelece ainda a realização da prova cruzada virtual. Este é um exame de compatibilidade imunológica entre doador e receptor que é feito remotamente, o que reduz os riscos de rejeição e é particularmente valioso em situações de urgência, permitindo que o transplante ocorra no tempo ideal.

Outro avanço importante são os novos critérios de priorização para pacientes hipersensibilizados na fila por um rim. Este grupo, que desenvolveu muitos anticorpos após gestações ou transfusões, tinha extrema dificuldade para encontrar um órgão compatível. Agora, com regras específicas, seu tempo de espera deve diminuir significativamente, ampliando as chances de sucesso do transplante.

No campo dos transplantes de medula óssea, o teste de quimerismo, exame de DNA utilizado para monitorar a rejeição e orientar condutas médicas, passa a ser ofertado de forma regular.

As mudanças estão incluídas na portaria que cria a Política Nacional de Doação e Transplantes (PNDT). É a primeira vez que a política foi descrita em portaria específica, desde a criação do sistema em 1997. A política inédita organiza de forma clara os princípios e diretrizes do Sistema Nacional de Transplante.

“A redistribuição macrorregional garante que os órgãos sejam direcionados de forma mais eficiente, respeitando as malhas aéreas e assegurando que cheguem mais rapidamente aos hospitais. Isso amplia a possibilidade de transplantes em regiões que hoje realizam menos procedimentos e fortalece a equidade no acesso. Essa iniciativa se soma a outras ações do Ministério da Saúde, o Agora Tem Especialistas, que leva investimentos a hospitais com estrutura adequada e apoio por meio da telessaúde, criando condições para que mais transplantes sejam realizados em todo o país.”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

O Brasil ocupa a 3ª posição mundial em número absoluto de procedimentos, atrás apenas de Estados Unidos e China, mas lidera em transplantes realizados integralmente por um sistema público.

Fonte: Ministério da Saúde

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: