Saúde

Pets precisam de atenção especial durante período chuvoso

Os principais são as doenças infecciosas e parasitárias como a parvovirose, giardíase, leptospirose, salmonelose e cinomose

Sexta - 03/02/2023 às 17:20



Foto: Divulgação Além das doenças infecciosas e parasitárias tem ainda as infecções fúngicas ou bacterianas de pele.
Além das doenças infecciosas e parasitárias tem ainda as infecções fúngicas ou bacterianas de pele.

O atual período chuvoso na região nordeste é motivo de alegria mas também de cuidados com nossa saúde, incluindo a saúde dos nossos animais de estimação. É que com as chuvas chegam também problemas para os pets relacionados à exposição à água contaminada ou ao excesso de umidade e frio. Dentre estes problemas, os principais são as doenças infecciosas e parasitárias como a parvovirose, giardíase, leptospirose, salmonelose e cinomose, e ainda as infecções fúngicas ou bacterianas de pele.

De acordo com o Professor de Medicina Veterinária do Centro Universitário Unifacid Wyden, Renan Paraguassu de Sá Rodrigues, durante o período chuvoso, os vírus tendem a se disseminar pela água da chuva, se espalhando por diversas regiões, contaminando reservatórios de água e, consequentemente, aumentando a incidência em animais de companhia. "Ainda, nessa época, como a incidência de luz solar é menor, os micro-organismos resistem por mais tempo no ambiente, o que favorece sua disseminação", completa o professor.

Médico veterinário, mestre em ciência animal e doutor em ciências, o Professor Renan Paraguassu faz um alerta sobre a parvovirose,  uma das principais viroses que acometem o sistema gastrointestinal de cães. Segundo ele, o risco de contraí-la aumenta significativamente durante essa época, sendo responsável por grande parte das internações e óbitos de cães. "Animais acometidos podem apresentar diarreia sanguinolenta, vômito, perda de peso e de apetite, letargia e febre. Esta é uma doença muito contagiosa, contraída quando animais saudáveis entram em contato com as fezes dos animais contaminados ou com qualquer material contendo os vírus, sendo sua letalidade muito alta", destaca.

Dr Renan Paraguassu
Outro fator de alerta apontado pelo professor é o excesso de umidade nos pelos e na pele, que segundo ele, são fatores propícios para a rápida proliferação de fungos, que causam infecções de pele em cães e gatos, as chamadas micoses. Entre os sinais que podem identificar o desenvolvimento de micoses, estão: queda de pelo total ou parcial, coceira e a presença de várias lesões circulares com bordas avermelhadas pelo corpo do animal. "Um ponto importante a se destacar é que muitas dessas doenças são zoonoses, ou seja, podem ser transmitidas dos animais para os seres humanos e dessa forma, requerem atenção dobrada", relata o professor.

Especificamente para os gatos, estes podem sofrer ainda com o vírus da imunodeficiência felina e com a panleucopenia felina, uma doença causada por um parvovírus, de apresentação parecida com a parvovirose canina. Nestes casos, segundo Renan, os sintomas principais, quando manifestados, são: febre aguda, vômito, diarreia, conjuntivite, descarga nasal, entre outros. Mortes súbitas são possíveis e, em filhotes, a doença é quase sempre fatal.

CUIDADOS A SEREM TOMADOS
Em casa, os animais devem ser bem abrigados das chuvas, assim como durante os passeios. Estes não devem ser evitados, mas deve-se ficar atento aos locais onde os animais serão levados. Procurem sempre espaços secos, limpos e arejados. Ao chegar em casa, as patas do animal devem ser higienizadas e secas, para evitar possíveis contaminações, já que animais têm o hábito de se lamberem. Além disso, não se deve deixar os animais matarem a sede em água parada, de poças, sendo importante levar consigo uma vasilha com água de boa qualidade para que seja oferecida, evitaNdo a ingestão de vírus, bactérias ou protozoários patogênicos dispersos no ambiente.

Em dias frios e chuvosos o tutor deve evitar banhar seus animais. No entanto, se este for inevitável, deve-se ter atenção na hora da secagem, evitando umidade em excesso no pelo dos animais. Se o animal não mora dentro de casa ou tem acesso a áreas externas, é preciso que sua mobilidade seja restringida, pelo menos durante as chuvas. Já para os filhotes, o importante é que os passeios sejam deixados apenas para depois de completado o esquema vacinal inicial, geralmente após o quarto mês de vida.

Além desses cuidados, é importantíssimo manter em dia a vacinação dos animais, pois esta é capaz de controlar a maioria das doenças infecciosas, permitindo que eles permaneçam saudáveis e seguros por toda a vida. É importante ficar atento ao protocolo vacinal, de acordo com a espécie, pois existem diferenças de vacinas para cães e gatos, não deixando que atrase nenhuma das vacinas obrigatórias.

Um médico veterinário deve ser consultado periodicamente para dirimir todas as dúvidas, atualizar as vacinas e orientar quanto aos cuidados específicos para cada caso. No aparecimento de qualquer sintoma, nunca se deve utilizar medicamentos caseiros e sem prescrição, pois podem agravar a situação. Recomenda-se que o animal seja encaminhado para uma consulta, para que se diagnostique adequadamente e seja feito o direcionamento quanto ao tratamento.

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